A perspectiva de evolução da energia solar no Brasil levou a Yaskawa a lançar no mercado nacional inversores fotovoltaicos para aplicação em usinas. Os equipamentos já vêm sendo produzidos em sua fábrica na cidade de Diadema, na Grande São Paulo, e prometem proporcionar até 98% de rendimento na escala CEC, da Comissão de Energia da Califórnia.
Para aplicações em 1.000 Vcc, os inversores estão disponíveis nas classes de potência 750 kW e 1000 kW. Eles são projetados para conexão direta com um transformador externo de média tensão e podem ser aplicados em escala comercial ou em usinas.
De acordo com o gerente de engenharia de aplicação e vendas da Yaskawa, Anderson Sato, outro diferencial do produto é a resistência a ambientes agressivos, com grau de proteção IP55.
A empresa, segundo ele, também oferece a solução completa de até 2 MW por bloco, que consiste em um skid (nome técnico do bloco) que integra os inversores, transformador de potência de media tensão, proteção, sistema de comunicação e monitoramento.
“Essa solução, montada e testada em fábrica, garante segurança e confiabilidade, eliminando a necessidade de obra civil e minimizando o tempo de instalação”, afirma Sato.
A solução chega ao mercado num momento promissor e, ao mesmo tempo, repleto de desafios. Até 2018 o Brasil será um dos 20 países com maior geração de energia solar, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. A projeção considera a potência já contratada (2,6 GW) e o potencial de crescimento dos outros países nessa área.
Por outro lado, o país enfrenta dificuldades para aproveitar este enorme campo a ser explorado na energia solar. Dos últimos 109 projetos de geração solar fotovoltaica negociados recentemente em leilões para entrar em operação em 2019 (num total de 2.9471,12 MV), apenas três (90 MV) já tiveram as obras iniciadas.
Um dos principais vilões para este cenário é a sobreoferta de energia do sistema. Outros obstáculos grandes obstáculos são a alta carga tributária e o atual momento econômico vivido pelo País, que tem afastado os grandes investidores e fabricantes das células fotovoltaicas.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Lopes Sauaia, é preciso contar com a contratação de 2 gigawatts (GW) de capacidade instalada de energia solar para atrair os grandes fornecedores ao país.
“O Brasil precisa estabelecer incentivos fiscais e tributários para que a cadeia produtiva de equipamentos fotovoltaicos possa competir em igualdade com indústrias de outros países, que se beneficiam de incentivos governamentais”, afirmou Sauaia, em recente entrevista ao Valor Econômico.
“A fabricação no Brasil de módulos fotovoltaicos tem preço 20% a 30% maior do que o do módulo importado por conta da carga tributária excessiva sobre insumos e maquinários”, complementou.