Em 2014, Glauber Garcez Campos teve o que classifica como “insight” sobre como desenvolver um sistema de autolavagem para condicionadores de ar.
Contudo, foi só no ano seguinte que o engenheiro mecânico brasileiro iniciou os primeiros esboços do sistema, que resolveu chamar de Wash Air.
Em 2016, ele continuou desenhando, calculando e selecionando seus materiais. Naquele mesmo ano, ele também patenteou o invento em nível nacional e internacional
Agora, a inovação foi implantada em uma loja do Amazonas Shopping, cujo proprietário reclamava do pó e do rendimento de seu ar-condicionado.
“Realizamos as modificações necessárias no fancoil in loco para a implantação do sistema de autolavagem com a utilização de água pressurizada sendo conduzida por meio de tubulações, válvulas de bloqueio e solenoides, bicos de lavagens e automação”, explica.
“Por solicitação do cliente, programamos as autolavagens para serem realizadas todas as terças-feiras, das 21h30 às 21h55h”, acrescenta.
Com o sistema implantado, prossegue o inventor, diversos benefícios foram alcançados. “Houve melhorias na qualidade do ar e na capacidade de refrigeração”, salienta.
“Também houve redução do consumo de energia elétrica, aumento da vida útil dos componentes do ar-condicionado, redução dos custos operacionais e queda no tempo de lavagem para apenas 25 minutos”, detalha.
Vantagens e relevância do Wash Air
Concebida com propósito de combater doenças respiratórias causadas fungos e bactérias presentes em sistemas de climatização, a inovação brasileira é de grande importância para humanidade, na avaliação de Glauber Campos.
“Milhões de pessoas morrem em decorrência das infecções hospitalares e por causa do ar-condicionado sujo, pois, como todos sabemos, ele é o grande responsável pela proliferação destes micro-organismos”, diz.
“Estando o ar-condicionado o tempo todo limpo, lavado e higienizado, é impossível a formação de colônias de bactérias, vírus e fungos”, lembra.
Segundo o engenheiro, nenhuma empresa produz, atualmente, um ar-condicionado que se autolava. “Se os fabricantes e investidores acreditarem em nossa inovação, logo este produto estará presente em todos os lugares”, acredita.
Atualmente, ele aguarda a conclusão do ciclo 2017 do Edital de Inovação Tecnológica do Senai para acessar os recursos necessários ao início da produção do primeiro protótipo do equipamento para aparelhos splits do tipo hi-wall, piso-teto e K7 splits.
Batizado como Split Wash Air, o sistema permitirá que os próprios usuários realizem, de forma manual ou programada, as lavagens de seus condicionadores de ar
“Com algumas modificações nos ares-condicionados de médio e grande porte, conseguimos implantar a autolavagem em fancoils, chillers a ar, splitões, selfs containeds, rooftops e splits dutados”, informa.
De acordo com Glauber Campos, seu invento também atende perfeitamente ao Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC), regulamentado pelo Ministério da Saúde.
“Na parte de lavagem, este sistema não substitui o técnico de refrigeração, pois há outras tarefas a serem realizadas pelo profissional. O Wash Air é uma complementação e o ajudará para o cumprimento do PMOC”, enfatiza.