Tudo começou com um comentário dele postado para o Blog do Frio, reclamando do alto custo das ferramentas de primeira linha comercializadas no Brasil.
Ao pedir informações adicionais ao profissional, eis que surgiram outros quase desabafos de Heitor Josef, dessa vez envolvendo a disponibilidade de certos componentes nas revendas, e também a escassez de boa formação continuada a preços acessíveis.
“Os treinamentos fornecidos pelos fabricantes são caros para a atual situação econômica e os gratuitos quase sempre não passam de propaganda, demonstrando superficialmente os equipamentos, o que profissionalmente é negativo, principalmente para quem está começando na área”, observa.
“Quando essas indústrias resolvem realizar programações mais completas, restringem a participação a quem trabalhe em alguma empresa credenciada, o que eu considero um equívoco total”, acrescenta o engenheiro.
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Quanto ao pós-venda, a queixa dele se refere à indisponibilidade de inúmeras peças de reposição para pronta entrega, até mesmo em se tratando de itens essenciais para um equipamento voltar a operar, que muitas vezes levam de 30 a 90 dias para chegar ao estoque das lojas, e normalmente a preços altíssimos.
“Tenho um VRF parado, devido a um surto de energia da concessionária que ocasionou a pane de uma placa e o consequente travamento do compressor, causando um gasto redondo de R$ 22 mil só em peças, ou seja, fora fluido, insumos para o trabalho e mão de obra”, lamenta.
Como se não bastassem mazelas assim, o profissional reclama do alto custo das ferramentas utilizadas na área, tema para uma outra matéria que publicaremos em breve, ouvindo também quem fabrica e comercializa esse item fundamental, assim como a Abrava, que representa os setores de refrigeração e ar condicionado no País.
Mas o engenheiro deixa desde já seu recado a respeito. “As de melhor qualidade são muito caras e as mais baratas acabam causando prejuízo aos poucos, sobretudo para quem as utiliza frequentemente”, ressalta.
Na opinião de Heitor, isso dificulta até mesmo a aplicação de boas práticas na área e tem como causas principais a alta carga tributária e a falta de subsídios, a serem concedidos e fiscalizados pelo governo, assim como de melhores condições de financiamento para os profissionais que tanto necessitam dessas ferramentas no seu dia a dia.