Um relatório da Comissão Europeia divulgado esta semana faz um alerta sobre a falta generalizada de mão de obra qualificada para lidar com refrigerantes alternativos aos hidrofluorcarbonos (HFCs), tais como amônia, dióxido de carbono (CO2), hidrocarbonetos (HCs) e hidrofluorolefinas (HFOs).
Dos 160 mil técnicos treinados no âmbito da norma F-Gas, que trata da eliminação dos compostos fluorados com efeito estufa utilizados pelo setor de refrigeração e ar condicionado no continente, apenas pouco mais de 2% estão aptos a trabalhar com as novas alternativas.
“Está claro que, atualmente, o número de profissionais treinados é muito baixo para corresponder às exigências de médio e longo prazo acerca da redução gradual de HFCs”, ressalta o documento.
Embora o uso atual de refrigerantes alternativos seja relativamente limitado, um número maior de técnicos treinados será necessário para atender às demandas futuras do mercado, à medida que a redução de HFCs se torna cada vez mais desafiadora.
O relatório aponta que, em algumas regiões, a falta de prestadores de serviços treinados impede a conversão tecnológica dos sistemas frigoríficos, embora o quadro legislativo e as normas existentes tenham sido considerados adequados para assegurar o uso seguro dessas substâncias.
Em síntese, a pesquisa constatou que há poucos locais para treinamentos e falta de formação prática, bem como um número limitado de pessoal qualificado. “Mais esforços são necessários para garantir que a oferta de qualificação atenda a demanda futura”, diz o relatório.
Na União Europeia, existem centros de qualificação relevantes em 14 países do bloco econômico. São cerca de 90 centros de formação teórica e aproximadamente 50 locais de formação prática. O custo da formação, no entanto, é visto como um grande obstáculo para as empresas, principalmente para as pequenas que dominam nessa indústria.
“Será importante encorajar os treinamentos rapidamente, dando um papel relevante às autoridades, aos órgãos comerciais do setor e aos fabricantes de equipamentos, bem como às organizações de ensino”, informa o relatório.
“São necessárias campanhas de sensibilização dos usuários finais e da cadeia de distribuição de equipamentos, como supermercadistas e grandes operadores de edifícios, para promover a formação e facilitar o intercâmbio das melhores práticas”, ressalta.