A Termoprol decidiu utilizar dois novos fluidos refrigerantes atóxicos e levemente inflamáveis (A2L) de menor potencial de aquecimento global (GWP, em inglês) nos monoblocos frigoríficos e racks multicompressores fabricados sob encomenda pela empresa.
Com isso, a indústria de Porto Alegre se tornou pioneira na adoção de fluidos refrigerantes à base de hidrofluorolefina (HFO) em sistemas de refrigeração comercial e industrial na América Latina.
Uma das novas substâncias utilizadas pela Termoprol é o R-454C, mistura desenvolvida pela Chemours para substituir o hidrofluorcarbono (HFC) R-404A em novos equipamentos e comercializada como Opteon XL20.
Segundo a indústria química norte-americana, a capacidade de refrigeração e performance desse novo fluido refrigerante são similares às do R-404A.
De acordo com o Quinto Relatório de Avaliação (AR5) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o potencial de aquecimento global (GWP, em inglês) do Opteon XL20 é de apenas 146.
Esse valor atende a diversos requisitos regulatórios de longo prazo quanto à redução do consumo de substâncias com alto GWP, como a regulamentação europeia F-Gas e as diretrizes da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal.
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Segundo a Termoprol, a busca da empresa por fluidos refrigerantes mais sustentáveis começou em função da demanda de um grande cliente que possui várias unidades de distribuição de produtos congelados e resfriados em grandes centros urbanos.
O cliente final necessitava reduzir riscos de acidentes em suas instalações, devido ao uso de amônia (R-717), e sua diretoria exigiu um projeto com uma alternativa de baixo impacto climático.
Quando os engenheiros da Termoprol se depararam com a questão de segurança inerente aos fluidos A2L, eles perceberam que a norma de segurança não lhes traria problemas, pois essas substâncias são utilizadas em unidades de refrigeração em que a carga de fluido refrigerante exigida é intermediária, combinando o baixíssimo GWP com todas as adaptações de segurança necessárias.
Entretanto, conforme pondera a empresa, o cuidado em grandes sistemas precisa ser maior. Por isso, a Termoprol fez adaptações no projeto dessas máquinas, principalmente na parte elétrica, e também devido ao glide de temperatura desses fluidos.
O fabricante também fez testes de chama que comprovaram o baixo risco de inflamabilidade dos A2L. Hoje, esse projeto é um sucesso e já é utilizado em vários clientes de grande porte no Brasil, informa a indústria, ressaltando que outra questão importante em relação à segurança é a instalação de detectores de gases, para evitar acidentes em caso de vazamento.
Segundo a empresa brasileira, sua expectativa é de forte crescimento no mercado de equipamentos com fluidos refrigerantes A2L, principalmente por causa de clientes preocupados com a proteção do meio ambiente e a redução de riscos de acidentes com amônia, em função de sua toxicidade.