Presente em megaconstruções como o Edifício-Sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro; o Aeroporto Internacional de Brasília e uma infinidade de shopping centers Brasil afora, a termoacumulação está de mudança.
Essa, pelo menos, é a intenção da startup francesa Boreales Energy, que criou modelo semelhante para aumentar a eficiência energética também em pequenas instalações de ar-condicionado.
Trata-se de um Acumulador Térmico Estático (ATS), que permite armazenar energia elétrica, na forma de gelo, quando ela é mais barata, e depois utilizá-la nos horários onde a demanda e o custo são maiores.
Em países como o nosso a termoacumulação já viveu dias melhores, com auge nos anos 1990, sobretudo em retrofit de edifícios mais antigos, que se tornaram pródigos em consumir energia.
Mas, para estudiosos como o professor PHD Alexandre Fernandes Santos, da Escola Técnica Profissional (ETP), de Curitiba, vivemos uma realidade bem diferente hoje em dia.
”Com o advento de tecnologias mais eficientes, como os equipamentos inverter e controles inteligentes de condensação, os sistemas HVAC conseguem reduzir o consumo de energia durante os horários de pico de forma muito mais eficaz do que no passado”, analisa.
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Segundo ele, tais avanços tecnológicos, aliados à diminuição das diferenças de custo entre horários de pico e normais, contribuíram para desestimular o uso da termoacumulação em algumas situações.
”No entanto, mesmo diante dessas mudanças, ela ainda possui benefícios significativos”, reconhece o mestre.
“Além de reduzir a demanda de energia – prossegue ele -, pode servir como uma reserva em casos de pane para data centers; acaba baixando os prêmios de seguro e, em lugares como a Califórnia, gera incentivos fiscais”.
Isso talvez explique o fato de os franceses admitirem não estar pensando apenas no seu ATS para residências, estando dispostos a expandi-lo rumo a comércio e indústria, inclusive em outros países da Europa.