O mercado do frio pode estar próximo de resolver um gargalo que mesmo hoje, quase 120 anos após o engenheiro mecânico norte-americano Willis Carrier ter inventado o ar-condicionado, ainda não permite que muita gente disponha de conforto térmico em casa, principalmente em função das elevadas tarifas de energia elétrica.
Isso porque, após anos de pesquisa e desenvolvimento e diversas modificações para aprimoramento, o eletrotécnico Dorival Benedetti criou uma tecnologia que permite o funcionamento eficiente de sistemas de refrigeração e ar condicionado, a partir da aplicação de baterias e de energia solar.
Assim, equipamentos de climatização que atualmente representam a maior parte da conta de luz poderão, futuramente, gastar o mesmo que um simples refrigerador. Proporcionalmente, será possível obter a mesma economia com o refrigerador, que passaria a consumir como uma lâmpada comum.
A equipe por trás desse projeto é composta ainda por Hebert Rodrigues Ventura, formado na área de logística, mas que também lida com refrigeração e inversores, e pelo economista João Galdino de Medeiros, responsável pela parte burocrática do negócio, atuando, por exemplo, na renovação constante da patente de inovação depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Ainda sem nome comercial, a tecnologia atua diretamente no sistema elétrico de compressores dos aparelhos de ar condicionado e de refrigeração domésticos, podendo ser utilizada em corrente contínua e alternada e com energia renovável, como a solar.
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Durante cinco meses, os equipamentos adaptados foram rigorosamente testados em laboratórios certificados, realizando todas as medições elétricas, de segurança e durabilidade. Da mesma forma, foram aferidos nas dependências de uma conhecida multinacional fabricante de compressores, onde passaram por testes de calorímetro, os mesmos utilizados pelo Inmetro.
“A tecnologia é capaz de reduzir em 60% o consumo energético dos aparelhos, sem que eles percam a eficiência e permitindo o funcionamento em 12/24 volts, em 127 v ou 220 v – do mesmo aparelho – e até mesmo na energia solar. É possível obter grande autonomia, utilizando uma estrutura mínima dotada de duas placas e duas baterias de 100 Ah”, explica Ventura.
Segundo ele, não será preciso haver qualquer mudança na rotina nos processos de limpeza dos equipamentos, portanto, o técnico em refrigeração que atua nesta área, não terá de realizar cursos de especialização.
Com a comprovação técnica do funcionamento da tecnologia, os responsáveis por seu desenvolvimento agora unem esforços para encontrar investidores capazes de financiar a produção das peças ou fabricantes dispostos a isso e a embarcar todo esse processo em seus equipamentos novos. Os desenvolvedores também não descartam ceder a tecnologia em troca de royalties.
“Estamos na fronteira de um novo cenário para o mercado do frio, que possibilitará a mais pessoas adquirir equipamentos de ar condicionado e refrigeração, sem a preocupação de estourar o orçamento em função da alta conta de luz, especialmente no verão”, complementa o inventor Dorival Benedetti.
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