A oficina e escola paulistana de climatização e refrigeração automotiva Super Ar vai promover, entre 6 e 16 de agosto, uma expedição off-road educativa ao Parque Estadual do Jalapão, no leste do Tocantins (TO), em prol da sustentabilidade e da qualidade do ar interno (QAI) nos meios de transporte terrestre e veículos agrícolas.
Segundo os organizadores, um dos objetivos do evento, que reunirá empresários e mecânicos do ramo, é conscientizar a sociedade brasileira sobre os impactos ambientais causados pelos fluidos refrigerantes que vazam dos sistemas de refrigeração e ar condicionado veiculares.
“Atualmente, há pelo menos 50 milhões de veículos leves, ônibus e caminhões circulando no País com o fluido refrigerante R-134a, um hidrofluorcarbono (HFC) que, quando liberado na atmosfera, gera um impacto climático 1,3 mil vezes maior que o do dióxido de carbono (CO₂)”, diz o engenheiro mecatrônico Sérgio Eugênio da Silva, diretor da Super Ar.
“Por isso, vamos aproveitar essa jornada à savana brasileira para manifestar nosso apoio à ratificação da Emenda de Kigali pelo Congresso. Infelizmente, o projeto de decreto legislativo que põe o Brasil entre os signatários do acordo internacional está parado há mais de um ano na Câmara dos Deputados”, ressalta.
Em vigor desde 2019, o pacto climático define um cronograma de redução gradual de fabricação e consumo de HFCs de alto potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês) em mais de 80% nos próximos 30 anos.
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Além de estar fora da lista de mais de 120 nações que já ratificaram a Emenda de Kigali, o Brasil ainda não enviou a carta de compromisso acerca do tema à Organização das Nações Unidas (ONU).
“Se os parlamentares não aprovarem logo a adesão do Brasil, o País poderá perder US$ 100 milhões até 2023. Esses recursos, distribuídos pelo Fundo Multilateral para Implementação do Protocolo de Montreal, são fundamentais para a modernização do setor de refrigeração e capacitação de mão de obra para lidar com novos fluidos refrigerantes”, afirma.
Na indústria de climatização automotiva, a expectativa é que o R-134a seja substituído, nos próximos anos, pelo Opteon YF (R-1234yf), uma hidrofluorolefina (HFO) levemente inflamável (A2L) e de baixo GWP largamente adotada por fabricantes de automóveis norte-americanos, europeus e asiáticos.
“Na indústria do transporte refrigerado, o HFC a ser eliminado é o R-404A, um gás de efeito estufa quatro mil vezes mais potente que o CO₂”, complementa.
A manutenção correta e periódica dos motores e sistemas de ar condicionado, outra boa prática fundamental para reduzir emissões de poluentes e assegurar a qualidade do ar respirado por condutores e passageiros de veículos terrestres, também será destaque na expedição, que partirá de São Paulo (SP) e percorrerá quase mil quilômetros no Jalapão.
O evento conta com o apoio de entidades e companhias do setor. “Nossa participação nessa incrível jornada de conhecimento técnico e conscientização ambiental reafirma nosso compromisso com os princípios norteadores do desenvolvimento sustentável”, destaca o engenheiro Carlos Ribeiro, líder de vendas para aftermarket da Chemours no Brasil.
“Afinal de contas, nossa linha de fluidos refrigerantes Opteon é composta por soluções que melhoram o consumo de energia dos sistemas de refrigeração e ar condicionado e contribuem para reduzir em até 99% as emissões diretas de gases de efeito estufa”, ressalta.
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