O engenheiro mecânico Carlos Trombini poderá ser o primeiro representante da indústria de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R, na sigla em inglês) no Congresso Nacional, caso se eleja deputado federal por São Paulo no próximo domingo (2/10). Neste ano, 1.526 candidatos disputam as 70 cadeiras reservadas aos parlamentares paulistas na Câmara Federal.
Segundo a Constituição, a principal função dos deputados federais é propor, analisar e decidir sobre projetos de lei que tratem de temas de competência da União, além de fiscalizar o poder público, analisar o Orçamento da União e propor a destinação de verbas para projetos em seus estados.
Ex-presidente de entidades representativas do setor em nível nacional e no estado de São Paulo, o candidato pelo Republicanos acredita que, para ser bem-sucedida, uma política voltada para a indústria de climatização e refrigeração deve ser precedida por uma ampla discussão e aprovação das reformas administrativa e tributária.
Para Trombini, ambas são fundamentais para agilizar ações governamentais, tornar a administração pública menos burocrática, garantir segurança jurídica e promover o desenvolvimento do País.
Em recente entrevista ao Blog do Frio, ele enfatizou que “a grande quantidade de tributos diminui a produtividade e a competitividade do País, além de causar desemprego e evasão das empresas”.
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Reconhecido por ter atuado fortemente pela aprovação da Lei 13.589, que trata do famigerado plano de manutenção, operação e controle (PMOC) de sistemas de ar condicionado, o ex-dirigente, aclamado publicamente pelo candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) como “legítimo representante da indústria paulista”, avalia que estabelecer uma reforma tributária justa é o princípio para beneficiar a cadeia produtiva do frio.
Além de criticar a danosa guerra fiscal entre os estados, que prejudica a economia de regiões inteiras, o candidato defende a criação de uma política de reindustrialização do País como um passo essencial para tornar o HVAC-R menos dependente das importações e mais competitivo nos mercados interno e externo.
De acordo com ele, a cadeia produtiva do frio se ressente até hoje com a saída de parte da produção do País para a China e outros países asiáticos.
“Para viabilizar essas propostas, a ideia é criar uma frente parlamentar que defenda os interesses do nosso setor, estimule a contratação de mão de obra local e a existência de agentes provedores de linhas de financiamento para fomentar principalmente pequenas e médias empresas, além de startups que queiram avançar no mercado”, explica o empresário, que também deseja atuar em frentes parlamentares ligadas à engenharia.
Entre suas propostas para o HVAC-R, destacam-se também apoiar investimentos em iniciativas ligadas às energias renováveis e à segurança hídrica, além de rever o marco legal da energia solar fotovoltaica e propor e acompanhar a regulamentação da Lei do PMOC.
Outra bandeira de Trombini é a valorização das Normas Técnicas Brasileiras (NBRs) e dos profissionais do setor. “Empregamos engenheiros, tecnólogos e técnicos, e há espaço para todos, seja na indústria de transformação, seja no varejo ou no atendimento ao consumidor final. Entretanto, ainda faltam mais profissionalização e capacitação. Falta, por exemplo, oferta de cursos para engenheiros formados, com ênfase em refrigeração, ar condicionado, ventilação e aquecimento”, comenta.
Por esses e outros motivos, o candidato, que já presidiu a Abrava e o Sindratar-SP, afirma, enfaticamente, que “já está na hora de o setor ter representação em Brasília, com o objetivo de lutar pelos nossos interesses”.