A chapa vencedora da eleição dos Estados Unidos, formada por Joe Biden e Kamala Harris, lançou ontem (8) a plataforma on-line da transição presidencial e listou como principais desafios a pandemia do novo coronavírus, a crise econômica, o clamor por justiça racial e as mudanças climáticas.
O perfil oficial dos eleitos ressaltou que o governo democrata terá pela frente uma tarefa inédita na história americana, e a preparação para enfrentá-la “será guiada por especialistas, pela ciência e com caráter”.
Enfim, a eleição de Biden para a presidência da nação mais poderosa do mundo deve dar novo fôlego à luta contra o aquecimento global e às políticas multilaterais em prol do meio ambiente de uma forma geral.
O presidente eleito já prometeu que, no primeiro dia da sua administração, vai colocar os EUA de volta no Acordo de Paris, pacto estabelecido pelas partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês).
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O principal objetivo do acordo é limitar o aumento da temperatura global neste século a menos de dois graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, não deixando que a temperatura suba mais que 1,5 °C.
O governo Trump anunciou, em junho de 2017, que pretendia retirar o país do acordo, alegando que seu custo econômico era muito alto e injusto para os EUA, o segundo maior emissor global de gases de efeito estufa (GEE).
Oficialmente, os EUA saíram do Acordo de Paris na quarta-feira (4). Ao todo, 189 nações ratificaram o tratado, e os EUA são o único país que o abandonou formalmente.
Outro pacto climático que deverá ser ratificado durante a administração Biden é a Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, que prevê a eliminação progressiva de hidrofluorcarbonos (HFCs) nas próximas décadas.
A adesão dos EUA a esse acordo é apoiada pelos principais fabricantes de fluidos frigoríficos do país e é vista com bons olhos por especialistas da área de refrigeração e ar condicionado.
Como um dos maiores consumidores desses fluidos refrigerantes que aquecem o planeta quando liberados na atmosfera, a adesão dos EUA é considerada crucial para o sucesso da Emenda de Kigali.
Numa carta envida à Casa Branca em maio de 2018, as indústrias do setor afirmaram que “essa ação ajudará a garantir uma posição de força para empresas americanas em um mercado global altamente competitivo para climatização, refrigeração, isolamento térmico, aerossóis, usos médicos, supressão de incêndio, semicondutores e outras tecnologias que utilizam fluorcarbonos”.
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