
É inegável a crescente quantidade de anúncios e notícias publicados na internet atualmente sobre módulos solares fotovoltaicos acoplados diretamente aos condicionadores de ar.
No passado recente, até mesmo modelos de grandes marcas apresentaram este tipo de conceito, como foi o caso do LG F-Q232LASS, lançado na Coreia.
Defensores dessa corrente mencionam como principal vantagem um investimento inicial reduzido, se comparado ao necessário para a implementação de um sistema completo.
Profissionais do setor fotovoltaico, porém, recomendam atenção especial nessa escolha, pois ela pode não representar reais benefícios na conta de luz.
Tal meta se torna mais viável ao abranger todos os eletroeletrônicos da casa, e isso requer um projeto baseado na demanda da unidade consumidora e que o sistema esteja conectado à rede elétrica.
O Especialista Técnico Regulatório da Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (ABSOLAR), Vinicius Suppion, atribui essa diferenciação a aspectos relevantes, que não devem ser esquecidos.
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Autonomia antieconômica
Aquele modelo pioneiro da LG, por exemplo, tinha forte apelo conceitual, mas seu módulo solar de 70W foi dimensionado para atender apenas à etapa de purificação de ar, que consome cerca de 50W.
O consumidor coreano não tardaria a perceber tratar-se de uma redução insignificante no gasto geral, já que o aparelho necessita de 2.000 W/ hora, em média.
A maior diferença naquele caso limitava-se à igualmente importante questão ambiental, pois o fabricante prometia uma redução de 212 Kg nas emissões de CO2, após 10 anos de utilização.
Outros sistemas autônomos, igualmente sem baterias ou conexão com a rede elétrica, tornam-se economicamente sustentáveis apenas se forem usados no momento exato em que o sol está sendo absorvido pelas placas.
Estender essa vantagem para a noite e os dias nublados já está mundialmente consagrado como prerrogativa dos sistemas convencionais, atrelados à concessionária.
Já nos projetos zero-grid, com foco apenas no ar-condicionado, o inversor não permite a utilização da energia por outras cargas da residência.
Tampouco que o excedente entregue à rede elétrica retorne como créditos na conta, tendo em vista que projetos bem dimensionados costumam resultar em tarifa mínima da distribuidora.
Em suma, certas alternativas hoje apresentadas fora do convencional restringem o aproveitamento do abundante sol brasileiro aos momentos de consumo, excelente motivo para se refletir muito bem antes de tomar uma decisão neste campo.