Um inovador sistema de lavagem automática para ares-condicionados promete manter suas unidades condensadoras e evaporadoras livres de micro-organismos nocivos à saúde, aumentando o conforto térmico e a qualidade do ar interior.
Segundo seu idealizador, o engenheiro mecânico manauara Glauber Garcez Campos, a invenção também ajuda a elevar a eficiência energética dos aparelhos, além de estender sua vida útil.
“Muitas pessoas morrem diariamente por infecções causadas por fungos e bactérias que vivem em condicionadores de ar de hospitais, shoppings, teatros, supermercados, fábricas e outros ambientes”, lembra o inventor.
Foi pensando nestas vidas – e, principalmente, nas de seus filhos, que sofrem com problemas respiratórios – que ele desenvolveu este sistema que permite limpar as máquinas sem desmontá-las ou removê-las.
“Tive essa ideia em 2014, quando iniciei a construção de um protótipo num aparelho de janela de 7,5 mil BTU/h e percebi que era perfeitamente possível lavar os sistemas de ar condicionado automaticamente sem precisar retirá-los de seu local de instalação”, revela.
Em sua avaliação, o invento tem tudo para ganhar o mundo, caso alguma indústria do setor invista na inovação, patenteada como Wash Air.
“Espero que as fábricas de ar-condicionado implementem a minha ideia, e que entendam que nossos condicionadores de ar estão obsoletos e que precisamos, urgentemente, desta nova tecnologia”, afirma.
“Os fungos, as bactérias e os outros contaminantes que se acumulam nos sistemas de ar condicionado só sobrevivem porque eles não são lavados periodicamente e no tempo correto”, salienta.
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Autolavagem na prática
Após a implantação do sistema de autolavagem num split, o processo de limpeza é iniciado com a água captada no ponto de alimentação e succionada por bomba de pressurização e conduzida, primeiramente, à unidade evaporadora.
Depois, a água segue para a unidade condensadora, por meio de tubulações rígidas e bicos reguladores de vazão, pressão e válvulas solenoides.
“Tanto na evaporadora quanto na condensadora, estabeleci um tempo de 10 minutos somente com água pressurizada, totalizando 20 minutos de lavagem”, explica.
A água suja, que cai numa bandeja, é drenada por um tubo de 25 milímetros e levada ao ralo.
Em equipamentos novos, não é necessária a utilização de produtos de limpeza desincrustante e de sabão detergente.
“No entanto, se o aparelho for antigo, é necessário usar estes produtos na primeira lavagem. Depois, é só manter o sistema de ar condicionado lavado com a água pressurizada no tempo pré-determinado manualmente ou programado”, detalha.
“A eficiência da lavagem é de 100%, pois o Wash Air lava o módulo de ventilação, o trocador de calor e unidade condensadora”, ressalta.
Caso de sucesso
Com algumas modificações nos ares-condicionados de médio e grande porte, também é possível instalar o Wash Air neles. Foi o que aconteceu, recentemente, em um fancoil de uma loja do Amazonas Shopping, cujo proprietário reclamava do pó e do rendimento da máquina.
“Por solicitação do cliente, programamos as autolavagens para serem realizadas todas as terças-feiras, das 21h30 às 21h55h”, diz.
Com o sistema implantado, prossegue o inventor, diversos benefícios foram alcançados. “Houve melhorias na qualidade do ar e na capacidade de refrigeração”, informa.
“Também houve redução do consumo de energia elétrica, aumento da vida útil dos componentes, redução dos custos operacionais e queda no tempo de lavagem para apenas 25 minutos”, acrescenta.
Outras vantagens do Wash Air
Em nenhuma hipótese, a tecnologia de autolavagem substitui o trabalho dos técnicos em refrigeração, segundo seu inventor.
“Aliás, o Wash Air atende perfeitamente ao Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) de sistemas de climatização, regulamentado pelo Ministério da Saúde”, afirma.
“Além da lavagem, há outras tarefas a serem realizadas pelos profissionais do setor. Assim, o Wash Air é uma complementação e o ajudará no cumprimento do PMOC”, enfatiza.
A inovação do engenheiro mecânico brasileiro também tem grande potencial para aplicação nas regiões litorâneas, onde ela poderá ajudar a prevenir a microcorrosão das unidades condensadoras causada pela maresia.