Em processo de recuperação dos prejuízos ocasionados pela recessão econômica que ainda atinge o Brasil, as empresas da cadeia produtiva do frio têm buscado outras estratégias para gerar novas oportunidades de negócios.
De acordo com o presidente da Associação Nacional de Farmacêuticos Atuantes em Logística (Anfarlog), Saulo de Carvalho, as oportunidades estão além dos limites do Sudeste e menos ainda no Rio de Janeiro.
“A violência, a corrupção e a falência do estado tem levado os investimentos das empresas da cadeia logística farmacêutica para outras unidades da federação, o que já foi confirmado em alguns eventos da entidade”, diz.
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Estabelecida no Rio de Janeiro, a Setfrio Engenharia – projetista, fornecedor e instalador de câmaras e galpões frigoríficos para hemoderivados, medicamentos, salas de segurança e alimentos, como ovo de páscoa – vem mostrando que adaptar-se ao momento vivido pelo mercado é a saída para evitar perdas.
“Neste período de dificuldades, fomos em busca de parcerias com construtoras e investidores, pois sabemos que existe uma falha muito grande na armazenagem de produtos climatizados e frigorificados no Brasil, o que gera grande desperdício”, revela o diretor comercial da empresa, Vandic Robson da Rocha.
“Somos um país tropical com grandes variações de temperatura e umidade relativa, fato que prejudica o comércio. Por isso, câmaras e galpões climatizados são necessários”, acrescenta.
Segundo ele, as projeções da empresa mostram que em 2018 haverá um aumento ainda mais substancial na demanda por câmaras de medicamentos e alimentos.
“A temperatura brasileira, que já era alta, está dando sinais de que vai bater novos recordes no futuro”, ressalta.
A execução de projetos e o fornecimento dos equipamentos para essa área totalizam 30% do faturamento anual da companhia.
Segundo a consultora Carine Epideo, ex-coordenadora de logística do Ministério da Saúde, o foco dos projetos do gênero deve estar na qualidade, do início ao final da cadeia logística, principalmente num país de dimensões continentais como o Brasil.
“Os empreendedores da área devem sempre contratar empresas com experiência reconhecida no setor”, aconselha.
Atualmente, a Setfrio tem faturado com trabalhos de manutenção mensal, trimestral, semestral e anual das máquinas desses galpões e câmaras climatizados, em conformidade com o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) de sistemas de climatização regulamentado pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de ser respaldado pelas normas da ABNT e pela Lei Federal 13.589/2018.
“Esse trabalho visa garantir a qualidade do ar dos ambientes internos climatizados artificialmente, junto com a automação e o monitoramento remoto, item primordial para garantir a qualidade dos produtos no fim da cadeia do frio”, explica Vandic.
“Nos posicionamos como especialistas em projetos e montagens com foco em equipamentos, ou seja, entregamos o pacote completo, e ainda realizamos o comissionamento e as manutenções preventivas e corretivas”, complementa o empresário, salientando que a Setfrio surgiu em 2007 após o desmembramento da MTS Ar Condicionado, operação que também deu origem à Petrofrio, empresa que atende o mercado de óleo e gás.