À medida que o planeta aquece, cidades de todo o mundo estão adotando compromissos climáticos ambiciosos e alinhados com os objetivos do Acordo de Paris, tratado que visa limitar o aquecimento global a menos de 1,5 °C neste século.
Esse é o caso da cidade mais populosa do País, que já estabeleceu a meta de reduzir em pelo menos 50% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030, começando com a transição parcial da frota de ônibus por veículos elétricos, segundo o secretário-executivo de Mudanças Climáticas de São Paulo, Antonio Fernando Pinheiro Pedro.
Durante fórum promovido ontem (24) na capital paulista pela seção brasileira da Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (Ashrae, na sigla em inglês), o gestor disse que a metrópole vai aproveitar esse cenário de oportunidades imposto pelo aquecimento global e se tornar mais segura e sustentável nos próximos anos, com o intuito de atingir a neutralidade climática até 2050.
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Pinheiro Pedro salientou que o plano de descarbonização do município visa a construção de processos eficientes de preparação e prevenção à crise climática global, o que deve acelerar a necessidade de inovação em eficiência urbana, a demanda por energias renováveis e o desenvolvimento de edifícios neutros em carbono, além de obras de retrofit.
“Temos 60 objetivos, 43 tarefas que englobam esses objetivos e a mobilização de pelo menos 18 secretarias municipais para a consecução deles. Compete à nossa secretaria de Mudanças Climáticas acompanhar e mensurar o alcance e seu cumprimento por parte das secretarias afins”, explicou.
“A descarbonização é dos objetivos centrais da nossa secretaria. Então, nós estamos trabalhando com todos os sistemas tecnologicamente adequados, visando mensurar as emissões de GEE e criarmos mecanismos que possam estabelecer métricas para avaliar sua redução. Vários desses sistemas já existem e estão sendo aplicados”, acrescentou.
Atualmente, as cidades ocupam apenas 3% do planeta, mas representam entre 60% e 80% do consumo de energia e 75% das emissões de dióxido de carbono (CO₂) – e se expandem num ritmo nunca antes visto.