Na 22ª edição da Febrava, feira de referência em refrigeração e ar condicionado da América Latina, as inovações e novidades do setor não foram os únicos tópicos em destaque nos quatro dias da exposição que reuniu 348 empresas, representando mais de 500 marcas.
Os preços das refeições, considerados exorbitantes para a realidade econômica da maioria absoluta dos brasileiros, tornaram-se motivo de desagrado, especialmente entre técnicos, mecânicos e instaladores que passaram pelo São Paulo Expo na semana passada.
Embora os altos preços da alimentação em eventos em São Paulo não sejam nenhuma novidade, para muitos dos visitantes, que viajaram de todas as regiões do País para participar da mostra na capital paulista, esperava-se que os custos de refeições, lanches, salgados e bebidas refletissem preços justos, considerando a enorme concentração de público e a natureza profissional do evento.
No entanto, os valores praticados nos restaurantes e lanchonetes do pavilhão, na zona sul da capital paulista, ultrapassaram as expectativas de grande parte do público, tornando-se um peso extra no orçamento de quem luta diariamente para instalar e manter os sistemas de refrigeração e ar condicionado em funcionamento no Brasil.
O instrutor técnico Rafael Ferreira, um dos mais conhecidos influenciadores digitais do setor, foi uma das vozes mais contundentes contra os preços praticados, classificados por ele como um “abuso descarado”.
“É inadmissível que, em um evento desse porte, que reúne profissionais dedicados e comprometidos com o setor, sejamos submetidos a preços tão altos para simples refeições, como um prato de macarrão a R$ 55 ou um bufê pouco variado cobrando R$ 110, além de água a R$ 10 e estacionamento a R$ 70. Essa postura precisa ser revista em futuras edições”, afirma o profissional.
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“Já passei por muitas dificuldades. Sei como é difícil para quem está na linha de frente do nosso mercado poder arcar com valores tão altos por uma refeição. Isso é um descaso conosco, uma falta total de empatia”, ressalta.
As críticas de Ferreira ecoaram entre outros profissionais que visitaram a Febrava, gerando uma onda de solidariedade e pedidos para que essa questão seja repensada para as próximas edições da feira em uma postagem que ele fez em uma rede social.
“Realmente, os preços cobrados estavam um absurdo, totalmente incompatíveis com a nossa realidade”, avalia o refrigerista Job Ney Palmeira, outro profissional de referência no setor, reforçando a necessidade de uma abordagem mais equilibrada, na qual o acesso a refeições com preços justos seja levado em conta.
Em nota, a RX, organizadora da feira, esclareceu que a definição de serviços e valores referentes à estrutura dos pavilhões é de responsabilidade da empresa administradora do espaço, a GL Events.
“A RX aluga o espaço já com esse escopo definido por tempo determinado e, portanto, não tem nenhuma ingerência em itens como alimentação e estacionamento”, ressalta.
A assessoria de imprensa da GL Events foi procurada para comentar a questão, mas até o fechamento desta reportagem a empresa não se manifestou sobre o assunto. Em caso de resposta, a matéria será atualizada.