Sem apoio do poder público, de empresas ou de organizações não governamentais (ONGs), o refrigerista maranhense Rodrigo Carlos da Silva Ferreira, 32, iniciou em maio a Jornada do Técnico Aprendiz, um projeto social pioneiro criado para ensinar jovens de baixa renda a consertar máquinas de lavar.
O objetivo da capacitação, que vinha sendo elaborada havia dois anos por ele com base na legislação de cursos livres, é auxiliar moradores de comunidades expostas a vulnerabilidades e riscos sociais a alcançar mais chances de inserção no mercado de trabalho, seja como empregados, autônomos ou microempreendedores na área de refrigeração e ar condicionado.
A iniciativa do técnico de colocar a ideia em prática se deu em função da morte violenta de seu pai, assassinado recentemente por um criminoso de 18 anos numa tentativa de assalto. “Se ele tivesse tido uma oportunidade como essa, não teria cometido esse crime”, afirma.
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As aulas são ministradas aos sábados em sua oficina, a Clínica de Lavadoras, na cidade de Codó, a 290 quilômetros de São Luís, uma região do País onde o baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) afeta gravemente as condições de vida da maioria da população.
Formatado a partir de manuais técnicos de fabricantes e outros materiais didáticos, o treinamento possui 40 horas de aulas e atende jovens de 16 a 18 anos. De acordo com Ferreira, a primeira turma conta 12 alunos e já existe uma segunda na fila.
Enfim, a expectativa é que o projeto se expanda e dê bons resultados socioeconômicos. “Os jovens da região querem muito aprender a instalar ar-condicionado do tipo split”, revela o microempresário, lamentando por não ter recursos técnicos nem financeiros para suprir essa demanda e potencializar as oportunidades profissionais de seus aprendizes no momento.