Um simples projeto de conclusão de curso de um estudante britânico de design industrial e tecnologia pode salvar 1,5 milhão de vidas por ano em todo mundo. Trata-se do Isobar, um refrigerador compacto que funciona usando o ciclo frigorífico por absorção de amônia.
O inventor, Will Broadway, tem 22 anos e diz que não pretende ganhar dinheiro com sua criação. Portanto, não vai patenteá-la. “Todos os dias, eu faço coisas para as pessoas que têm tudo. Por isso, eu queria fazer algo pelas que pessoas que não têm quase nada”, ressalta.
“A vacinação deveria ser um direito humano básico”, acrescenta Broadway, que ganhou, recentemente, o prêmio de inovação James Dyson, aberto a estudantes de todo o mundo.
Segundo ele, os métodos atuais de transporte de vacinas podem resultar em seu congelamento antes da chegada ao destino final em regiões onde a pobreza e os conflitos violentos são grandes obstáculos. Com o Isobar, elas podem ser mantidas sob temperatura estável e controlada, entre dois e oito graus Celsius, durante 30 dias.
Agora que terminou sua graduação, Broadway quer ver seu equipamento em produção, a qual planeja supervisionar, em função de sua experiência anterior numa empresa de consultoria de dispositivos médicos.
Embora tenha sido concebida para o transporte de vacinas, a tecnologia apresenta potencial para outros usos na área. “Muitas vezes, sangue e órgãos para transplantes ficam presos no trânsito e são mantidos em caixas térmicas, recipientes que não são adequados para sua conservação por longos períodos de tempo”, lembra.
O refrigerador portátil também poderá atender demandas em outros segmentos. “É arriscado, mas há potencial para uso na refrigeração comercial. Afinal de contas, o Isobar seria uma coisa importante de ser levada em uma viagem de cinco dias para um lugar onde não há energia”, avalia Broadway, insistindo que a conservação de vacinas é a principal finalidade de seu invento. “Essa é a sua grande função”, arremata.