A agenda das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável considera as alterações climáticas um dos maiores desafios à humanidade.
No começo de dezembro, a 24ª Conferência da Climática da ONU (COP24), realizada em Katowice, na Polônia, reuniu líderes mundiais e entidades ambientais de 197 países para debater o tema.
Na ocasião, 200 participantes chegaram a um consenso na implementação de diretrizes do Acordo de Paris, no chamado “livro das regras”.
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Pouco antes da COP24, no dia 28 de novembro, o governo brasileiro comunicou oficialmente a retirada da candidatura para sediar a COP25, e o Chile será o país do encontro.
Apesar da desistência, o Brasil – e todos os países – tem de manter esforços e continuar adotando medidas para colaborar no combate ao aquecimento global abaixo de 2 ºC.
No mais recente relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), divulgado em 2017 pelo Observatório do Clima, de 2015 a 2016, o Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas de gás carbônico, e registrou um aumento de 9% em relação ao período anterior.
No Acordo de Paris, em 2015, o país assumiu o compromisso de reduzir em 37% as emissões até 2025. Nesse contexto, apesar dos avanços nas práticas sustentáveis adotadas nos últimos anos, o setor empresarial brasileiro enfrenta dificuldades para implementação de ações de mitigação, principalmente devido ao alto custo de investimento para adoção de uma economia de baixo carbono.
Criar e ampliar linhas de crédito para investimento em fontes renováveis e eficiência energética são algumas das alternativas para incentivar empresas a contribuírem com as metas estabelecidas na Agenda 2030.
Para auxiliar as organizações à prática de implementação desta agenda e adaptação às mudanças climáticas, a Rede Brasil do Pacto Global, iniciativa das Nações Unidas que endereça os ODS para o setor privado, lança “Diálogos de Financiamento Climático“, uma publicação inédita no país.
O documento tem como objetivo estimular a interação entre investidores e empresas interessadas em recursos verdes, seja no financiamento de projetos ligados a mudanças climáticas ou na adequação de seus modelos de negócios à Agenda 2030.
“Diálogos de Financiamento Climático” contém recomendações para o avanço da ação contra a mudança global do clima, tanto para os provedores quanto para os tomadores de recursos.
A publicação foi criado de maneira colaborativa, após workshops da série “Diálogos de Financiamento Climático”, promovidos pelo Grupo Temático de Energia & Clima da Rede Brasil do Pacto Global, em 2017.
Os encontros reuniram especialistas em finanças sustentáveis e financiamento climático, representantes de cerca de 80 empresas, instituições financeiras e organizações não governamentais.
Os cincos capítulos abordam, respectivamente, a tendência por uma atuação mais sustentável do setor privado, a precificação do carbono, o passo a passo do financiamento climático, as linhas financeiras disponíveis para o setor privado e o importante engajamento das lideranças para alavancar a economia de baixo carbono.
De acordo com a Comissão Global sobre Economia e Clima, uma ação ambiciosa contra a mudança climática poderia contribuir com US$ 26 trilhões à economia mundial até 2030.
O financiamento climático é parte de um movimento global pela atuação mais responsável e sustentável de empresas e instituições financeiras.
Meta brasileira
Desde setembro de 2016, o Brasil é um dos países oficialmente comprometidos em colaborar com o Acordo de Paris, primeiro tratado universal de combate ao aquecimento global, firmado em 2015 na capital francesa.
O acordo foi aprovado por 195 países, que se comprometeram a um esforço para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C até 2100. A Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) brasileira é de 37% de redução das emissões de GEE até 2025 e 43% em 2030, tendo como base o ano de 2005.
De acordo com estudo do Observatório do Clima, a emissão de gases de efeito estufa no país aumentou 9% entre 2015 e 2016. O Brasil é o maior poluidor da América Latina, região responsável por 10% das emissões em todo o mundo. No ranking mundial, ocupa a sétima posição.
A Agenda da ONU inclui 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com 169 metas a serem alcançadas até 2030. O ODS 13 refere-se à mudança do clima.