Menos de 30 anos após o Protocolo de Montreal ter entrado em vigor, foram identificados os primeiros sinais de recuperação na região mais afetada pela destruição da camada que protege a Terra da radiação solar ultravioleta (UV).
De acordo com um relatório publicado na edição 6.296 da revista Science, cientistas dos EUA e Reino Unido, liderados pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), constataram que o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida diminuiu mais de quatro milhões de quilômetros quadrados entre os anos 2000 e 2015.
O estudo se baseou nos níveis de ozônio dos meses de setembro, quando as temperaturas frias de inverno continuam, mas outros fatores prevalecem e o clima se torna menos determinante para a análise.
A equipe sugeriu que, algumas vezes, a tendência de recuperação desacelera por conta dos efeitos de erupções vulcânicas, como aconteceu em 2015 com o chileno Calbuco.
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Embora essas erupções não despejem quantidades significativas de cloro na estratosfera, elas contribuem para o aumento de nuvens polares, onde os compostos produzidos pelo homem reagem destruindo o ozônio.
A química que liderou a pesquisa, Susan Solomon, reconhecida internacionalmente por mostrar os efeitos nocivos dos clorofluorcarbonos (CFCs) à ozonosfera, acredita que a ciência contribuiu para a boa notícia, indicando o caminho que humanidade deveria seguir.
Em sua avaliação, os países, diplomatas e indústrias foram incrivelmente hábeis em traçar a transição tecnológica adequada, por meio de um bem-sucedido acordo internacional. “Agora, podemos ficar confiantes de que estamos na direção certa”, disse.