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Por mais que seja importante amenizar as altas temperaturas, sobretudo em locais fechados onde crianças e adolescentes passam boa parte do seu tempo, isso não é o bastante para uma boa Qualidade do Ar Interno (QAI) nesses ambientes.
É que além das temperaturas extremas tão frequentes hoje em dia, existe uma gama de microrganismos também a ser combatida, em nome da boa saúde respiratória e até mesmo do rendimento satisfatório de alunos e professores, conforme pesquisas científicas já comprovaram.
A volta às aulas, no começo deste mês, coincidiu com mais uma onda de calor, que em conjunto com a natural proximidade entre as pessoas nas salas de aula, trouxe o tema novamente à tona e com força total, inclusive em manchetes da mídia Brasil afora.
Soluções
O problema a ser resolvido pelas instituições de ensino públicas e particulares consiste em adotar soluções para que splits, por exemplo, sejam agregados a outros dispositivos, que devem ser instalados até mesmo quando as salas não têm ar-condicionado.
São os chamados sistemas de renovação de ar mecânica, com filtros eficientes, e cuja instalação deve ser feita sempre por profissionais e empresas habilitadas em todas as fases, já a partir do projeto.
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Isso tudo porque, por mais refrescante que o ambiente esteja, se ali não houver ventilação e filtragem adequadas, a concentração de dióxido de carbono (CO²) pode ultrapassar os limites internacionalmente aceitáveis e, com isso, aumentar a incidência de gripes, alergias e várias outras doenças.
Para Arthur Aikawa, presidente do Qualindoor, Departamento da ABRAVA que cuida da área, “a qualidade do ar interno impacta a saúde de todos, a curto, médio e longo prazo. Ambientes de ensino são especialmente críticos pelo nível de adensamento de pessoas”, pondera.
“A curto prazo, impacta a capacidade cognitiva e de concentração. A médio, implica em surtos de doenças respiratórias e, a longo prazo, pode agravar ou até mesmo gerar uma doença crônica”, acrescenta Aikawa.
Embora a ventilação natural seja sempre desejável, haja ou não climatização na sala de aula, esse recurso acaba perdendo sua eficácia com portas e janelas fechadas, mediante frio ou calor em excesso, e até mesmo épocas de seca e queimadas, quando a poluição também incomoda.
Quando nenhuma providência estiver em andamento numa instituição para mitigar o problema, a recomendação do Qualindoor é clara: reclamem.
“Assim como cobram infraestrutura adequada, alimentação saudável e segurança, os pais também devem questionar as escolas sobre as condições do ar interno e as medidas adotadas para garantir um ambiente saudável”, conclui o engenheiro Leonardo Cozac, conhecido especialista da área e também integrante do Qualindoor.