Um protótipo lançado no ano passado pelo carioca Leonardo Souza já está no ponto de ganhar as ruas, para ajudar estudantes e profissionais de refrigeração a aprender fundamentos ou então aprimorar sua capacidade de identificar e corrigir defeitos em câmaras frigoríficas.
O grande diferencial na ideia levada adiante por este professor do Senai Vicente de Carvalho (RJ) é que, ao invés de uma câmara de fato, com toda sua grandeza em tamanho e custo, ele carrega uma simples maleta, na qual seus alunos podem simular a correção de vários problemas técnicos.
Dentre os sinais animadores de que a novidade tem tudo para emplacar no mercado, ele destaca a quantidade de técnicos que esteve no estande da “Pendurabraba” – nome bem-humorado do evento criado pela revenda de peças Nascimento Ar, de Praia Grande (SP) –, para reunir o setor nos anos sem Febrava, onde o profissional apresentou seu trabalho.
“Passei três dias por lá, mostrando em detalhes como funciona um controlador de temperatura Y39 para congelados, da Coel”, relembra o inventivo docente de 38 anos de idade, ao falar sobre o sucesso daquela experiência.
Agora, o professor de AVAC-R há cinco anos, e que em 2026 se forma engenheiro mecânico pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), da capital fluminense, onde cursa atualmente o quinto período, já visa novos saltos.
“Outros kits poderão ensinar regulagem de pressostato, de válvula de expansão termostática e uma infinidade de outros itens”, afirma Souza, reiterando que, além de questões básicas, as maletas também se destinam ao aprimoramento técnico, mesmo de quem já esteja no ramo faz tempo.
“Com elas, um instrutor, mesmo sem ter uma câmara fisicamente à sua disposição, pode induzir defeitos para exercitar a busca de soluções, seja em cursos técnicos, ou então nos estandes de fabricantes em revendas de componentes ou redes de assistência técnica Brasil afora”, exemplifica.
- Por que ainda vamos ouvir falar muito dos refrigerantes A2L?
- Especialista dá dicas de como comprar uma câmara frigorífica
- R-454A vence CO₂ na batalha da eficiência e sustentabilidade
De acordo com Leonardo, praticamente não há limite na abrangência desse trabalho, desde que as indústrias apontem quais são os pontos críticos em campo envolvendo seus produtos para que ele inclua os respectivos componentes no circuito que simula a câmara dentro de sua maleta.
Feito isso, ele sai por aí oferecendo conhecimento técnico, como se os seus alunos estivessem dentro da fábrica, ou recebendo em seus locais de trabalho um caminhão, carregando uma cara e pesada câmara fria de verdade.
“Basta a gente entender a necessidade da empresa – como foi feito na parceria com a Coel –, inclusive em se tratando da utilização de ferramentas e aplicação de diferentes fluidos refrigerantes”, explica o educador. E conclui: “Meu objetivo também é fornecer treinamento para empresas, escolas, distribuidores, assim como participar de feiras e eventos em todo o Brasil”.