Os engenheiros e arquitetos que trabalham com produtores de maconha na criação de edifícios de alto desempenho otimizados para a agricultura em ambiente controlado estão cheios de trabalho nos EUA.
Em 2020, o mercado de cannabis gerou receita de US$ 20,5 bilhões. De acordo com a Fortune Business Insights, a indústria da polêmica erva recreativa e medicinal deverá faturar US$ 197,8 bilhões em 2028.
Até o momento, o uso recreativo de maconha por adultos está legalizado em 19 estados, e 38 estados (e o Distrito de Colúmbia, onde fica a capital, Washington) legalizaram seu uso para fins medicinais.
Isso significa que a maioria dos americanos agora tem acesso à cannabis. E o crescimento exponencial previsto para o setor nesta década deve expandir sem parar as oportunidades de negócios para os empreiteiros de ar condicionado e de ramos correlatos.
Afinal de contas, as instalações de cultivo comercial indoor de maconha necessitam ser projetadas, operadas e mantidas levando rigorosamente em conta fatores como clima, umidade, movimentação do ar, luz, consumo de água, energia e nutrientes, segurança, estrutura e controle de odor.
Enfim, o cultivo da planta em fazendas indoor é algo relativamente novo para os produtores, o qual apresenta desafios significativos que só firmas e profissionais da indústria de climatização podem resolver.
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Nesse cenário, tudo está sendo reaprendido e ajustado constantemente para atender às demandas relacionadas à eficiência energética, garantir controles adequados e aumentar os lucros, uma vez que operar equipamentos de ar condicionado para manter as condições ideais de cultivo durante 24 horas por dia e sete dias por semana é caro. Além disso, os preços crescentes da energia aumentam o impacto nos resultados dos produtores.
Por isso, muitas empreiteiras locais já estão na vanguarda da criação de projetos de ponta que maximizam a eficiência e minimizam o impacto ambiental das operações de produção de cannabis, como a Surna, de Louisville, Kentucky.
Segundo a empresa, a temperatura e a umidade são dois dos fatores mais importantes a serem monitorados e controlados pelos agricultores, pois ambos podem ter um impacto significativo no crescimento e rendimento das plantas.
O nível ideal desses dois parâmetros varia de acordo com a cepa cultivada, bem como o clima local e o tipo de instalação. No entanto, existem algumas diretrizes gerais que podem ser seguidas para atingir as condições climáticas necessárias para assegurar qualidade, rendimento, odor, potência e cor pretendidos.
“Muitas vezes nos perguntam quais são os parâmetros ideais de climatização da sala de cultivo para a produção de cannabis. Existem vários fatores que influenciam uns aos outros para criar o clima do ambiente de cultivo, incluindo temperatura, intensidade e potência da iluminação, horários de rega e deficit de pressão de vapor [VPD, na sigla em inglês]. É importante tratar cada um desses fatores sistemicamente e trabalhar com fornecedores que saibam como abordar as necessidades climáticas como parte de um quadro maior” de exigências técnicas, dizem os especialistas da Surna.
“Claramente, há uma grande variedade de abordagens tecnológicas para resfriamento e aquecimento disponíveis, cada uma variando em custo, eficiência, precisão e aplicação”, explicam.
“Existem várias soluções para salas de cultivo que podem ajudar a fornecer um nível de umidade consistente e bem controlado, categorizadas como desumidificação integrada ou autônoma. A desumidificação integrada conta com válvulas moduladoras sofisticadas para realizar o controle de temperatura e umidade dentro do mesmo equipamento, enquanto a desumidificação autônoma usa unidades separadas.”
O controle dessas variáveis também é relevante porque as autoridades sanitárias dos EUA têm o direito de inspecionar as fábricas de cannabis e, se virem mofo resultante da integração incorreta de controles ambientais em uma planta, descartarão toda a produção do ambiente, podendo gerar prejuízo de milhões de dólares para o produtor.
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