A crise provocada pela pandemia da covid-19 continuará causando estragos na indústria de ar condicionado neste segundo semestre. Agora, o setor se prepara para absorver mais um impacto dessa situação – a projeção de queda de até 50% no volume de produção de equipamentos até o fim do ano.
A informação consta dos indicadores da Associação Nacional dos Fabricantes Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), que havia registrado um crescimento de 37,7%, em uma tendência de queda, nos cinco primeiros meses do ano, que já incluíram o período abarcado pela pandemia. A queda aguda vai ocorrer em função das paralisações das fábricas, diz a entidade.
No primeiro trimestre deste ano, as empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) fabricaram 1.405.784 aparelhos, incluindo splits e modelos de janela, enquanto no mesmo período de 2019, foram produzidas 727 mil unidades.
De janeiro a maio, o segmento produziu 1.752.492 unidades, enquanto no mesmo período de 2019 foram fabricadas 1.272.587 unidades, um recuo de 55,6% diante do resultado do primeiro trimestre do ano.
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“Os números ainda irão cair e, comparando com o segundo semestre de 2019, essa queda se apresentará na ordem de até 50%”, diz o presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento Junior, reforçando que as expectativas para o segundo semestre não são positivas e acompanharão os resultados demonstrados.
“Quando a pandemia se agravou na China, as fábricas de lá pararam e isso causou um desabastecimento também no PIM. Os aparelhos de ar condicionado foram um dos itens que tiveram sua produção afetada por essa falta de componentes. Mesmo com a tendência, as vendas estão conseguindo se manter no estado”, emenda o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco.
O dirigente informou que a produção de splits caiu 62% em maio em comparação com o mesmo período do ano anterior, e a produção do tipo janela apresentou diminuição de 7%.
O pior já passou
Apesar das projeções negativas, o pior momento da crise já ficou no retrovisor. Essa é a avaliação do diretor comercial da Midea Carrier, Marcos Torrado.
“Acreditamos que o mercado sofrerá uma retração em relação a 2019 devido à situação econômica, mas não da magnitude que foi o segundo trimestre”, afirma.
Segundo o executivo, o primeiro trimestre do ano foi muito positivo para o mercado de ar condicionado, com temperaturas altas durante toda a sazonalidade e baixos estoques no canal.
“A pandemia e o lockdown de várias cidades afetaram significativamente o mercado no segundo trimestre. Algumas fábricas foram afetadas por falta de componentes, mas essa situação já foi solucionada”, revela.
A Midea Carier, enfim, está otimista em relação à retomada do mercado de climatização, o que deve ocorrer na próxima sazonalidade do segmento.
“O ar-condicionado é um produto de primeira necessidade em várias regiões do Brasil onde há temperaturas altas praticamente o ano todo, e mesmo em regiões de temperatura mais amena, o consumidor está aprendendo a valorizar o conforto e a qualidade do ar”, salienta o executivo.
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