
As gambiarras são uma prática muito comum no Brasil, e isso, lamentavelmente, não é diferente na indústria de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (AVAC-R).
Essas improvisações podem parecer uma solução rápida e barata para certos tipos de problemas, mas, na verdade, elas representam um grande risco para o bom funcionamento das máquinas e, principalmente, para a gestão da saúde e segurança em ambientes de trabalho.
Afinal, um dos grandes problemas das gambiarras é a falta de confiabilidade. “Quando uma solução desse tipo é adotada, não é possível garantir que ela funcionará corretamente ao longo do tempo. Isso pode resultar em falhas recorrentes e em novas intervenções improvisadas, criando um ciclo de instabilidade e insegurança.”
É o que afirma o professor de refrigeração Diogo Rezende, da escola mineira Treinatec-BH. Segundo ele, uma das principais preocupações em relação às gambiarras no setor é o risco de incêndio.
“Muitos desses improvisos são feitos com materiais inflamáveis, como fitas adesivas, fios desencapados e itens de baixa qualidade, comprometendo a integridade dos sistemas frigoríficos, principalmente no tocante à parte elétrica”, explica.
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Outra preocupação é quanto à eficiência dos sistemas, “pois as gambiarras podem afetar o desempenho dos equipamentos, fazendo com que eles gastem mais energia”, alerta.
Em relação à saúde dos trabalhadores, especificamente, o docente lembra que as improvisações podem favorecer a liberação de substâncias tóxicas e perigosas, “o que, por sua vez, pode causar irritações nos olhos e danos aos pulmões e à pele, além de asfixia, principalmente no caso de vazamento de fluidos refrigerantes”.
“Por isso, é essencial que as empresas e profissionais autônomos invistam em treinamentos regulares, assim como em materiais e ferramental adequados, entre os quais equipamentos de proteção individual (EPIs), além de outros itens e procedimentos rigorosos de segurança”, acrescenta.
