“Mantenha a cabeça fria e siga em frente” é a mensagem do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que celebra neste domingo (16) o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio.
“Hoje, o Protocolo de Montreal é um exemplo do que podemos alcançar por meio da inteligência, liderança e inovação”, disse Erik Solheim, chefe da agência ambiental da ONU.
“No Dia Mundial do Ozônio, vamos refletir e celebrar como nos unimos para recuperá-lo. Isso mostra que nenhum problema é grande demais para ser consertado”, acrescentou
O Protocolo de Montreal foi acordado em 26 de agosto de 1987 e entrou em vigor em 26 de janeiro de 1989. Esse acordo internacional foi uma resposta à revelação de que os clorofluorcarbonos (CFCs) e outras substâncias destruidoras de ozônio, incluindo refrigerantes e propelentes de aerossóis, estavam criando um buraco na ozonosfera, permitindo a passagem de altos níveis de radiação solar ultravioleta.
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Sob o Protocolo de Montreal, as nações comprometeram-se a eliminar essas substâncias. Tal foi o seu sucesso que a camada de ozônio está se regenerando. Segundo a comunidade científica internacional, o buraco deve atingir os mesmo tamanho verificado nos anos 1980 em meados deste século.
“Por mais de três décadas, o Protocolo de Montreal fez muito mais do que reduzir o buraco na camada de ozônio; ele nos mostrou como a governança ambiental pode responder à ciência e como os países podem se unir para enfrentar uma vulnerabilidade compartilhada”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Enfrentando as mudanças climáticas
O Protocolo de Montreal continua a regular as substâncias nocivas à camada de ozônio e contribuirá ainda mais para o combate ao aquecimento global, por meio da Emenda de Kigali, que entra em vigor a 1º de janeiro de 2019.
Os cientistas preveem que essa alteração no tratado ambiental poderá evitar o aumento de 0,5 °C na temperatura média da Terra até final do século, continuando a proteger a camada de ozônio.
A Emenda Kigali, enfim, estabelece a redução gradativa dos hidrofluorcarbonos (HFCs), que se tornaram amplamente utilizados como substitutos das substâncias que destroem a camada de ozônio. Mas os HFCs são poderosos gases de efeito estufa.
Os países que ratificam a Emenda Kigali se comprometeram a cortar a produção e o consumo de HFCs em mais de 80% nos próximos 30 anos e substituí-los por alternativas amigáveis ao planeta. Até agora, 46 países ratificaram esse acordo climático.
Atualmente, as partes do tratado também estão preocupadas com emissões inesperadas de CFC. A detecção dessas emissões mostra que o monitoramento, a ciência e as redes para proteger a camada de ozônio estão funcionando, e as partes concordaram em encontrar e erradicar as fontes ilegais.
“O tema do Dia Mundial do Ozônio deste ano é uma convocação para todos nós continuarmos com o trabalho exemplar sob o Protocolo de Montreal”, disse Tina Birmpili, secretária executiva do Secretariado do Ozônio da ONU.
“Podemos nos orgulhar de como protegemos a camada de ozônio e o clima, mas também devemos nos concentrar no que mais podemos fazer para reduzir o aquecimento global sob a Emenda Kigali”, salientou.