O anúncio de que as autoridades chinesas irão reprimir a produção ilegal e o uso do clorofluorcarbono (CFC) R-11 foi bem recebido pelos ativistas da Agência de Investigação Ambiental (EIA, em inglês).
No entanto, a organização não governamental (ONG) disse que agora é necessário obter mais detalhes sobre a escala do trabalho realizado no país para garantir que as empresas não desrespeitem acordos ambientais internacionais.
A EIA também clamou por uma reflexão global mais ampla sobre como garantir o cumprimento dos esforços para combater o uso de substâncias que destroem a camada de ozônio (SDOs) por meio de tratados como o Protocolo de Montreal.
Uma carta aberta da embaixada da China no Reino Unido no início deste mês disse que investigações estão em andamento sobre as recentes descobertas da ONG a respeito do uso do CFC-11 como agente expansor de espumas de poliuretano.
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Uma inspeção conjunta em 19 indústrias feita por órgãos dos governos central e locais do país não encontrou vestígios do uso do CFC-11 em 12 das empresas investigadas, segundo um representante da embaixada.
A mesma fonte disse que, até agora, foram tomadas medidas coercivas contra uma empresa que usava o CFC-11, enquanto outros seis grupos ainda estão sob investigação.
Próximos passos
Um porta-voz da EIA disse que o grupo de ativistas espera agora mais detalhes das autoridades do país em torno das penalidades aplicadas às organizações que usam ou produzem a substância e o status dos outros seis grupos que estão sendo investigados.
“Gostaríamos de ver mais ações para investigar a potencial exportação de polióis contendo CFC-11 para outras partes do Protocolo de Montreal”, destacou.
“Também esperamos que possam ser tomadas medidas para abordar os principais incentivos econômicos por trás de seu comércio. A este respeito, saudamos o anúncio da Associação da Indústria de Processamento de Plásticos da China (CPPIA), apelando aos seus membros pôr em prática ações destinadas a impedir o uso do CFC-11 como agente de expansão”, acrescentou.
A EIA disse que as suas revelações foram levadas muito a sério durante uma recente sessão do Grupo de Trabalho Aberto do Protocolo de Montreal, realizada em Viena. A sessão analisou os desafios atuais de implementação e conformidade referentes ao tratado.
O porta-voz da organização lembrou que uma reunião dos signatários do protocolo, marcada para novembro, discutirá, mais uma vez, a questão do CFC-11. Na avaliação da ONG, novos planos para combater o uso e a produção de SDOs também devem ser implementados.
“Em um sentido geral, o comércio ilegal de SDOs sempre foi o calcanhar de Aquiles do Protocolo de Montreal, e esperamos que essa descoberta leve a uma abordagem muito mais abrangente para a aplicação e cumprimento de todas as obrigações do tratado”, enfatizou.