As altas temperaturas que desde o início da primavera têm atingido o Brasil – superando os 40 ºC em determinadas regiões –, a prolongada estiagem, que baixou o nível dos rios, assim como o crescimento das vendas no varejo, escaldaram os preços dos equipamentos fabricados pela indústria do frio, especificamente os ares-condicionados.
O resultado dessa confluência de fatores levou, em outubro, a um aumento significativo de 6,09% nos preços, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com este dado, o resultado acumulado em 12 meses do preço dos aparelhos subiu de 4,38% em setembro para 9,24%.
De acordo com fabricantes ouvidos pelo Blog do Frio, a elevação dos preços se deu principalmente pela dificuldade no transporte de mercadorias e insumos pelos rios do estado, devido à falta de chuvas. Este processo acabou prejudicando a entrega de aparelhos no varejo, levando, consequentemente, ao encarecimento dos aparelhos de ar condicionado para o consumidor final.
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Dados do 49º Boletim de Monitoramento Hidrometeorológico da Bacia do Amazonas, divulgados pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), mostraram que os níveis de alguns rios da Bacia do Amazonas caíram drasticamente, a exemplo de trechos dos rios Amazonas, Negro, Solimões e Branco.
E a situação pode ficar ainda mais complicada, conforme alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a persistência do fenômeno climático El Niño, estimando que suas ramificações podem durar até, pelo menos, abril de 2024.
“As altas temperaturas naturalmente levam as pessoas a buscarem maneiras de se refrescar, impulsionando a procura por equipamentos de climatização. Esse aumento na demanda exerce pressão sobre os preços, contribuindo para a elevação observada no mês passado”, argumenta o analista do Sistema Nacional de Índice de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Almeida.