
Mesmo referindo-se a uma bomba de calor, sistema pouco difundido em países de clima semelhante ao nosso, a confirmação da causa de duas mortes na Polônia, meses atrás, ilustra muito bem o perigo existente quando se aplica oxigênio em testes de pressão.
O caso alcançou grande repercussão na Europa, conforme demonstra série de matérias a respeito publicada desde então pelo renomado site Cooling Post, referência internacional em notícias especializadas no setor HVAC-R.
Segundo a publicação, os investigadores do acidente – uma bomba de calor doméstica explodiu em agosto do ano passado, na cidade polonesa de Chrząstowice – deixando dois mortos e um ferido grave, acreditam ter havido falha humana na ocorrência.
O engenheiro de 30 anos que fazia a manutenção da máquina e o próprio dono do imóvel, 15 anos mais velho, foram as vítimas fatais, enquanto o único sobrevivente teve de ser internado, em virtude de graves lesões.
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Até mesmo casas vizinhas terminaram afetadas, em decorrência dos estilhaços de metal que atingiram paredes e telhados num raio de 300 metros.
O fluido refrigerante utilizado na unidade ar-água acidentada era o R-410A.
Indícios
Embora a investigação esteja em andamento, a provável causa da explosão foi o uso da substância incorreta pelo técnico de manutenção da bomba de calor para realizar o teste de estanqueidade.
Avalia-se que o técnico de manutenção provavelmente utilizou oxigênio, que quando introduzido no sistema em combinação com vapores do óleo lubrificante, causou a explosão.
A opção correta, como se ensina por lá, e – ainda bem – nas boas escolas daqui, seria a utilização do gás inerte nitrogênio na verificação da estanqueidade do sistema.
“Basta lembrar que o fogo só começa onde existe mistura de um combustível (óleo lubrificante), um comburente (oxigênio, neste caso do acidente) e uma fonte de ignição (faísca ou altas temperaturas)”, explica o engenheiro químico e especialista da Chemours, Lucas Fugita.