Criado há mais de dez anos pela Brasindoor (Sociedade Brasileira de Meio Ambiente e Controle de Qualidade do Ar de Interiores) o Selo que atesta o perfeito estado do ar respirado nos edifícios inaugurou oficialmente nesta quinta-feira (30), a nova fase na qual começou a funcionar no ano passado.
Para aumentar a eficácia e a transparência de todo o processo, a entidade passou a contar com a expertise de uma autoridade certificadora internacional, a NFS, além de associar à certificação o aval oficial da ABRAVA.
“O objetivo continua o mesmo, ou seja, trazer visibilidade sobre o tema Qualidade do Ar Interno, premiando estabelecimentos que ofereçam isso aos seus usuários e nos ajudem a incentivar os demais a igualmente fazê-lo”, explica o atual presidente da Brasindoor, Leonardo Cozac.
Quem recebeu o primeiro Selo de Qualidade do Ar Interno dessa nova fase foi a AFIP – Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa, instituição privada sem fins lucrativos, fundada na década de 1970, atualmente presente em organizações como o Instituto do Sono, na capital paulista.
Boas-Vindas
Antes disso, ao iniciar os trabalhos, o presidente executivo da ABRAVA, Arnaldo Basile, resumiu o papel dos Departamentos e Comitês da entidade, assim como os benefícios oferecidos aos seus associados e a interação mantida com outras organizações ligadas ao AVAC-R.
“A ABRAVA se preocupa com toda a sociedade, pois ao longo de seus 62 anos de vida, sempre esteve atenta a práticas ESG, quando nem sequer esse termo existia oficialmente”, afirmou, em referência aos valores ecológicos, sociais e de governança que a entidade ele afirma sempre ter defendido.
Basile apontou em seguida os principais pontos favoráveis e as preocupações que também precisam permanecer no radar do setor em 2025.
Do lado das boas oportunidades, incluiu exportações de alimentos em alta; demanda reprimida no setor de ar-condicionado (menos de 20% das residências possuem ao menos um aparelho); redução média de 36 para 25 meses na entrega dos prédios pelas construtoras e a procura crescente delas por soluções industrializadas como VRV e VRF.
Além disso, lembrou que muitas instalações nascidas durante a crise econômica global há dez anos já chegaram ou estão chegando ao seu limite operacional, se não forem aprimoradas.
Já no campo dos desafios, destacou a falta de mão de obra capacitada, tanto plena quanto parcialmente, para atuar em meio ao atual quadro de crescimento, inclusive no que diz respeito às questões ambientais.
“Nosso setor utiliza tecnologias globais de ponta, e precisa de profissionais capazes de absorvê-las”, acrescentou o presidente executivo da ABRAVA, fazendo menção também à Inteligência Artificial, a cada dia mais presente nos aparelhos, sistemas e processos.
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Quanto ao Brasil, de uma forma geral, ele se disse preocupado com uma conta que não fecha. “Nossa população está envelhecendo antes de enriquecer, ao contrário do ocorrido no mundo desenvolvido, e por isso tende a precisar dos mais novos, ao invés de ajudá-los, como seria normal”, afirmou.
Ambiente
Após a fala do advogado Thiago Rodrigues, do DEJUR (Departamento Jurídico), apresentando dados sobre a recuperação na Justiça de créditos tributários, por parte de associados da ABRAVA, quem deu boas-vindas à plateia e aos participantes remotos foi o presidente do Departamento Nacional de Meio Ambiente da Associação, Thiago Pietrobon.
Segundo ele, além de mitigar a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), boas práticas ambientais têm papel fundamental, tanto na redução das perdas de alimentos na cadeia do frio, quanto ao diminuir afastamentos por doenças e até óbitos, causados pelo calor excessivo.
Ao dar uma ideia do impacto igualmente positivo causado por condicionadores de ar mais eficientes, ele frisou o fato de o consumo de energia elétrica na área ter mais que triplicado nos últimos 12 anos. “Num país como a Índia, 30 milhões de famílias terão acesso a este item, caso ele dobre sua eficiência até 2030”, alertou.
Representante da ABRAVA na COP29, Conferência recém-realizada em Baku, no Azerbaijão, Pietrobon considera positiva a coincidência de objetivos existente entre ONU, Acordo de Paris e as diretrizes brasileiras para reduzir o GWP.
“O caminho do AVAC-R é a sustentabilidade, via redução de GWP, economia circular e uso de tecnologias para aumentar a eficiência energética do setor”, afirmou.
Lembrou ainda que, de acordo com números da UNEP, avanços tecnológicos podem reduzir em 78 bilhões de toneladas a emissão global de CO², o que reforça a importância de toda a movimentação em curso envolvendo novos sistemas e a conversão dos equipamentos para fluidos refrigerantes de baixo GWP.