A Ford requisitou a patente de uma tecnologia que pode desligar remotamente o rádio ou o ar-condicionado de veículos cujos proprietários estejam com parcelas de financiamento atrasadas.
A inovação, inclusive, pode bloquear o acesso ao automóvel ou disparar um sinal sonoro contínuo em casos assim. Contudo, a montadora afirmou que não tem planos de usá-la, alegando que o registro de patentes faz parte de uma prática normal de seus negócios.
Particularmente, essa tecnologia surge em um momento preocupante para os donos de veículos nos EUA, já que os atrasos nos pagamentos dos empréstimos têm aumentado constantemente desde o início da pandemia de covid-19.
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Dados da Cox Automotive, uma das maiores empresas americanas do setor automotivo, mostram que, em janeiro, os financiamentos para automóveis gravemente atrasados atingiram o seu ponto mais alto desde 2006, conforme esclarece uma reportagem da Fortune, uma das principais publicações de negócios e finanças do país.
Embora o uso de tecnologias para ajudar em reintegrações de posse não seja algo novo na indústria, o pedido de patente é abrangente, chegando até mesmo a propor a ideia de que um veículo autônomo possa dirigir-se a um local “mais conveniente” para ser recolhido por um guincho, informa a revista.
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John Van Alst, advogado sênior do National Consumer Law Center ouvido pela publicação, disse que a patente é preocupante porque credores de baixa reputação podem se aproveitar dela para acelerar reintegrações de posse.
De acordo com o pedido de patente da Ford para a tecnologia, o piloto automático e as janelas automatizadas podem ser desativados se o consumidor não reconhecer um aviso de atraso no pagamento do veículo, por exemplo.
A invenção também pode desativar os dispositivos de travamento das portas, e até mesmo o acelerador ou o motor em si, causando desconforto adicional a motoristas e passageiros.
Embora a Ford diga que não tenha planos para adotá-la em seus veículos, a companhia informa que os proprietários de carros inadimplentes seriam incapazes de desligar o sinal sonoro do alerta de atraso sem entrar em contato com seu credor, por se tratar de um som “incessante e desagradável”, conforme descreveu a empresa.
