O Ninho do Urubu, centro de treinamento onde 10 jovens jogadores do Flamengo morreram em um incêndio na última sexta-feira (8), passará hoje (12) por uma vistoria de diversos órgãos.
O alojamento das vítimas pegou fogo logo após um curto-circuito num aparelho de ar condicionado, segundo a perícia preliminar realizada pela Polícia Civil.
Dependendo do que for constatado na inspeção de hoje, não está descartada nem mesmo a interdição total ou parcial do local.
A informação foi divulgada ontem, após uma reunião entre representantes do clube, do Ministério Público (MP), da Defensoria Pública, do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil e da prefeitura do Rio.
- Incêndio em CT do Flamengo começou em ar-condicionado, aponta perícia
- Justiça condena homem que hackeou sistema de refrigeração
- Casal morre asfixiado após inalar gás refrigerante
O procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, ressaltou que a diretoria do Flamengo assumiu todas as suas responsabilidades pelo desastre e se comprometeu a dar todo tipo de acolhimento às famílias dos jogadores.
“Iremos realizar, a partir de amanhã, perícias amplas no local, com todas as estruturas governamentais, para que possamos analisar em que condições se encontra o CT”, disse Gussem, após a reunião.
O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, fez um pronunciamento e saiu sem responder a perguntas de jornalistas. Ele reiterou que todos os esforços no momento são no sentido de amparar as famílias das vítimas.
“O foco principal é assistir às famílias. […] Caso haja algum tipo de pendência para a manutenção do CT, nós estaremos focados para corrigir isso no menor prazo possível”, disse Landim.
O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro, Fábio Goulart Vilella, que também participou da reunião, disse que a entidade fará um esforço para fiscalizar todos os centros de treinamento no estado do Rio.
Multas
Os participantes da reunião evitaram entrar em detalhes sobre a falta de documentação do Flamengo relativa ao Ninho do Urubu, como alvará de funcionamento, o certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros e as 31 multas expedidas pela prefeitura do Rio, justamente pela falta do alvará.
Na planta apresentada pelo clube aos Bombeiros, o alojamento em contêiner onde morreram os jovens sequer aparecia e, em seu lugar, era apontada uma área de estacionamento. Todas essas questões serão tratadas na visita de inspeção e na próxima reunião no MP.
Uma nova reunião foi marcada para a próxima sexta-feira (15), para avaliar os resultados da perícia.
Com informações da Agência Brasil