As drásticas consequências econômicas provocadas pela pior emergência sanitária da história recente atingiram, praticamente, todas as empresas do mercado de climatização em 2020.
Entre março e junho, a produção e as vendas globais da indústria de refrigeração e ar condicionado caíram pelo menos 50% no País. Como resultado, o faturamento das companhias recuou e a situação exigiu mudanças – algumas radicais – na gestão delas.
Embora tenha faturado menos no ano em que comemorou seus cinco anos de fundação, a startup paulistana NexoAr conseguiu aumentar significativamente a margem de lucro de seus projetos e instalações de médio e grande porte, por conta das novas estratégias adotadas pela prestadora de serviços logo em fevereiro.
No início da pandemia de covid, 90% de seus contratos de manutenção de sistemas de ar condicionado na região metropolitana da capital chegaram a ser suspensos temporariamente – um baque realmente muito forte para seu ramo de negócios que vinha crescendo de forma exponencial desde 2018, quando a Lei do PMOC entrou em vigor.
“Só em agosto esse nicho voltou a se recuperar, mas muito lentamente até novembro, quando conseguimos, inclusive, fechar novos contratos”, revela o diretor executivo da instaladora, Diego Camargos.
Para superar o cenário adverso enfrentado na área de manutenção, a NexoAr inaugurou, no primeiro semestre do ano passado, uma loja no maior projeto de desenvolvimento urbano do litoral brasileiro – a Riviera de São Lourenço, em Bertioga (SP) – e fechou parcerias com mais dois fabricantes.
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A empresa, que é uma das principais instaladoras de sistemas multi-splits da Daikin e atua fortemente no segmento de máquinas VRV/VRF, agora também vende e instala condicionadores de ar da LG e Samsung.
“Tudo isso acabou impulsionando bastante nossos negócios no ano passado”, diz o empresário, ao explicar que “muita gente de alto poder aquisitivo montou home office no litoral, fato que elevou a demanda na região e, em parte, compensou a queda que registramos na Grande São Paulo”, ocasionada pelas medidas restritivas adotadas para conter a velocidade de propagação do novo coronavírus.
Só a Riviera de São Lourenço, segundo Camargos, possui um parque de aproximadamente 30 mil aparelhos on/off instalados, “número que dá a dimensão do enorme mercado que temos lá”.
Fazendo a diferença no setor
Apesar da pandemia, Camargos acredita que “as empresas do setor preparadas para vender projetos bem-feitos e instalações corretas e eficientes vão crescer com vigor em 2021”.
Na visão dele, o nicho de instalação de multi-splits deverá ser um dos mais promissores neste ano. “Muitos prédios só estão autorizando retrofit com sistemas desse tipo”, lembra.
“E isso exige mão de obra especializada e muito bem qualificada, o que é um dos nossos grandes diferenciais competitivos desde o início das nossas atividades, em 2015”, acrescenta Camargos, salientando que a empreiteira possui, atualmente, 17 colaboradores celetistas e mais de 50 terceirizados.
Para sustentar seu crescimento neste ano, a empresa, que também é parceira de quatro grandes distribuidores brasileiros, já planeja abrir uma segunda loja “numa importante capital do País”, antecipa o empresário, sem ainda revelar a cidade.
“Estamos otimistas e confiantes que 2021 será um bom ano para a NexoAr e todos os nossos parceiros, colaboradores e clientes”, ressalta.
De acordo com o diretor comercial da Daikin, Júlio Passos, o empreendimento do casal Diego e Fabiana Camargos “tem um belo time trabalhando em prol de um sonho”.
“Num ano desafiador como foi 2020, a NexoAr fez muita diferença no mercado de climatização, devido à sua competência e ao seu amplo know-how no segmento. Não é à toa que somos parceiros”, diz o executivo.