Apesar da erradicação dos gases clorados, como os CFCs e HCFCs, e de estudos recentes mostrando que o buraco na camada de ozônio está diminuindo, um novo artigo científico afirma que as mudanças climáticas estão levando a maiores perdas de ozônio sobre a região ártica.
Seus autores argumentam que as temperaturas de inverno extremamente baixas na atmosfera acima do Ártico estão se tornando mais frequentes e mais extremas devido a dois padrões climáticos associados às condições globais.
Por sua vez, essas temperaturas extremamente baixas estão provocando reações em substâncias que destroem filtro protetor da Terra contra a radição solar ultravioleta (UV), levando a maiores perdas de ozônio, diz a equipe internacional de cientistas.
O novo estudo, conduzido por pesquisadores do Departamento de Ciências Oceânicas e Atmosféricas da Universidade de Maryland (EUA), do Instituto Alfred Wegener de Pesquisa Polar e Marinha (Alemanha) e do Instituto Meteorológico Finlandês, foi publicado na revista Nature Communications.
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Os dados da nova pesquisa mostraram que as menores temperaturas sobre o vórtice polar do Ártico e as maiores perdas de ozônio foram registradas em 2020, batendo os recordes anteriores atingidos nove anos antes, em 2011.
“As temperaturas cada vez mais baixas criam condições que promovem a destruição da camada de ozônio pelos CFCs”, afirma Ross Salawitch, professor da Universidade de Maryland.
De acordo com os cientistas, o cloro não é normalmente reativo dentro do vórtice polar do Ártico, mas o cenário climático propicia certas condições para que ele mude de forma e reaja com o bromo e a luz solar.