O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por intermédio da 41ª Promotoria de Justiça de Goiânia, ofereceu denúncia, na última quinta-feira (29/4), contra o técnico em refrigeração Marcos Antônio Costa de Oliveira.
O refrigerista é acusado de ter furtado, mediante meio fraudulento, 24 frascos da vacina Coronavac da Central Estadual de Rede de Frio (Cerf), em duas ocasiões diferentes.
Na denúncia, o promotor de Justiça Lauro Machado Nogueira relata que, no dia 17 de março, o acusado, que prestava serviço de manutenção das câmaras frias da Cerf, ao perceber a presença de vacinas Coronavac, “resolveu subtrair alguns frascos”.
Para concretizar o furto, narra o promotor, o denunciado ludibriou a confiança do funcionário que estava na central, afirmando que precisava fazer uma foto da porta da câmara consertada para apresentar à empresa.
No momento em que ficou um tempo sozinho, pegou quatro frascos com dez doses cada, deixando o local com as vacinas, esclarece a investigação.
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O desaparecimento do imunizante foi percebido no dia 20 de março, após a realização de um inventário por um servidor, tendo o fato sido comunicado à Superintendência de Vigilância em Saúde do estado.
Contudo, detalha a acusação, o denunciado, “após o sucesso da empreitada, visando alcançar novas oportunidades para subtrair frascos da vacina, passou a ir até a Cerf, mesmo sem ordem de serviço, alegando necessidade de novas manutenções das câmaras frias”.
Detalhes da denúncia
A denúncia destaca que os frascos furtados da vacina foram armazenados em num refrigerador residencial, no compartimento abaixo do congelador.
Para tentar vender o produto, Marcos Antônio colocou três frascos em uma vasilha plástica com gelo. Ele pretendia revender as vacinas por R$ 500 cada frasco.
Contudo, assim que saiu da residência, foi abordado por uma equipe de policiais militares que estava em patrulhamento no setor, por ter recebido a informação de que uma pessoa estaria comercializando vacinas contra a covid-19.
Na busca pessoal, os três frascos foram encontrados dentro de uma vasilha plástica. De acordo com o relato da denúncia, ao ser questionado sobre a origem do produto, o denunciado tentou incriminar um funcionário do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
Diante dos fatos narrados, o MP-GO pediu a condenação do acusado pelo crime de furto qualificado (artigo 155, § parágrafo 4°, inciso II – meio fraudulento), praticado em continuidade delitiva, bem como a reparar o dano.
O promotor também se manifestou pela manutenção da prisão cautelar do denunciado, diante da gravidade da conduta e para garantia da ordem pública, ponderando ser “incabível a concessão de medidas cautelares diversas da prisão”.