A demanda global por fluorita deve registrar uma taxa composta de crescimento anual de 2,7% no período de 2017 a 2025, de acordo com um estudo realizado pela empresa de pesquisas Transparency Market Research.
Em 2016, a estimativa do valor do mercado desse mineral de grande importância na cadeia produtiva de fluidos refrigerantes foi de US$ 1,5 bilhão, e a expectativa é que atinja US$ 1,86 bilhão até o fim de 2025.
A crescente procura por produtos fluorados, a necessidade de mais aço e alumínio no aquecido setor de construção e o uso cada vez maior dessa matéria-prima em baterias de íons de lítio são fatores-chave para o aumento esperado da demanda pela rocha.
Por outro lado, esse mercado se depara com dois obstáculos: novas restrições ambientais impostas à mineração na China e os esforços coletivos para reduzir o uso de gases refrigerantes que afetam o clima do planeta.
A fluorita comercializada em grau ácido correspondeu a 60% da demanda total pelo mineral em 2016, e a previsão é de que ela continue a ser altamente lucrativa nos próximos anos.
Essa variedade comercial da matéria-prima é usada na produção de ácido fluorídrico (HF), que, por sua vez, é aproveitado na produção de fluorcarbonos, como os HCFCs e HFCs.
A região Ásia-Pacífico foi responsável pela maior fatia do mercado global da commodity em 2016, com expectativa de alta de 2,99% ao ano no período de 2017 a 2025.
Segundo o estudo, esse mercado regional será alavancado pela presença robusta da indústria de automóveis, que eleva a procura por aço e alumínio.
Também vale destacar que a demanda por HCFCs e HFCs para equipamentos de refrigeração manterá aguçado o interesse pela fluorita na região, informa o relatório.
Já na Europa e na América do Norte, haverá um lento crescimento na demanda, devido ao desempenho pífio da indústria de aço e alumínio nessas regiões.
Entretanto, no Oriente Médio e na África, a previsão é mais positiva, tendo em vista a presença de várias jazidas de fluorita em países como Quênia, Namíbia e África do Sul, entre outros.
Visão geral do mercado
Principal fonte comercial do fluoreto de cálcio (CaF2), a fluorita é um mineral muito utilizado como fundente em processos siderúrgicos, assim como em outras cadeias produtivas.
Nas últimas décadas, os novos usos do flúor nas indústrias de plásticos e de eletrônicos também aumentaram a relevância desta matéria-prima.
Fluorpolímeros como o Teflon – nome comercial do politetrafluoretileno (PTFE) – suportam altas temperaturas sem sofrer danos e possuem alta inércia química, forte isolamento elétrico e baixo coeficiente de fricção. Por isso, são largamente utilizados em outros setores.
De acordo com um estudo recente da Grand View Research, o mercado global de fluorquímicos deverá atingir valor de US$ 24,99 bilhões até 2020.
Embora estejam sendo proibidos em todo o mundo, devido aos danos que causam à camada de ozônio, os HCFCs totalizaram 60% do mercado de fluorcarbonos em 2013, revela a pesquisa.
O estudo ainda prevê que o caráter flutuante da oferta de fluorita continuará a impactar seu preço nos próximos anos.
“Isso surgiu como um desafio para os players deste mercado”, diz o relatório, ao enfatizar que o cenário “dificulta reduzir custos e manter a lucratividade”.
O documento também identifica as despesas com pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos produtos amigáveis ao meio ambiente como outro fator preponderante para o aumento de custos.
Neste ano, o preço da fluorita atingiu a maior alta dos últimos quatro anos na China, principal produtor mundial da commodity, o que provocou reajustes de preços no mercado de fluidos refrigerantes.
Recentemente, o preço da tonelada de R-32 subiu 35% no mercado chinês, atingindo US$ 3,5 mil. A alta segue os enormes aumentos verificados no início do ano de cerca de 60% nos preços do R-22 e do R-134a, de 130% no preço do R-125 e de 160% no custo do R-32.