
Os números são preliminares, mas caminham de forma acelerada para superar em mais de 2 vezes e meia o festejado aumento do PIB brasileiro em 2023, já que a maior parte da economia mundial amargou números bem mais modestos.
Apesar de estar longe dos 22,0% e 23,0% alcançados, respectivamente, nos dois exercícios anteriores, quando a pandemia fez dos alimentos congelados uma necessidade primária nos lares brasileiros, os investimentos em armazenagem e transporte frigorificado prosseguiram.
A Cadeia do Frio foi beneficiada em 2023 pelos aportes de capitais realizados por empresas multinacionais nas operações brasileiras, por meio de M&A (Merger & Acquisition), assim como pela construção de novas unidades, a fim de atender uma demanda que permaneceu aquecida neste mercado.
Esses dados se encontram em estudo realizado por Ozoni Argenton, profissional da área desde 1982, que hoje atua como consultor da área de logística empresarial. Segundo ele, o levantamento abrange desde projetos de centros de distribuição, estruturas operacionais, processos de movimentação, tecnologia sistêmica, transportes e customer services.
“E para 2024 o panorama setorial não é muito diferente”, diz ele, prevendo um crescimento da ordem de 7,0%, a reboque do bom desempenho que deve se repetir em segmentos como cadeia alimentar, fármacos, agronegócio, foodservice e operadores públicos.
Planejamento
De acordo com o estudioso, o êxito nesse mercado passa, obrigatoriamente, por um bom planejamento ao se projetar um novo centro de distribuição, o que envolve, além do dimensionamento de espaços, leiaute, operações, infraestrutura e aspectos tributários, dentre outros.
Dentre as convicções obtidas por Ozoni, em suas mais de quatro décadas dedicadas à logística, está a de que o cliente deseja ter ao seu lado fornecedores parceiros, que o deixem concentrado no foco do seu negócio, sem preocupar-se com equipamentos cuja qualidade é um pressuposto.
A refrigeração não foge à regra, tendo no planejamento adequado a base para instalações bem feitas, o mesmo se aplicando à sempre desejável manutenção preditiva, pois paradas inesperadas para a atuação corretiva dos técnicos quase sempre resultam em atrasos e perdas.
Outro objetivo permanente de todo centro de distribuição é a eficiência energética, um quesito com o qual os profissionais do AVAC-R muito também têm a ver, já a partir do dimensionamento dos equipamentos a serem instalados até a seleção dos modelos e potências a adquirir.
Igualmente muito apreciado neste campo é a flexibilidade dos sistemas. “O mercado frigorificado, principalmente da cadeia alimentar, é volátil. Dessa forma, é importante que a infraestrutura operacional seja flexível o suficiente para se adaptar às mudanças na demanda, sazonalidades, e variação de produtos”, conclui Ozoni.