Embora a crise econômica que ainda prejudica a produção nacional tenha restringido os negócios no mercado de climatização, a Mecalor seguiu o caminho inverso de muitas empresas.
Em vez de dar um ou dois passos para atrás neste período, a companhia decidiu continuar seguindo o caminho dos investimentos, mesmo na fase mais aguda da recessão.
É por isso que hoje a empresa brasileira, fundada em 1960, está desfrutando de uma boa fase nos negócios.
“Prova desta estratégia é que não demitimos nenhum funcionário e aumentamos os investimentos em marketing”, comenta o engenheiro János Szegö, diretor-presidente da Mecalor, lembrando que o foco do negócio é fornecer a solução de melhor custo-benefício para aplicações de controle térmico.
Outra característica que faz da empresa um case de sucesso no HVAC-R nacional é o fato de apostar em áreas que o mercado, em determinados momentos, não consegue visualizar como fontes de oportunidades, como o de contêineres para pequenos data centers, com sistemas de maior capacidade de resfriamento.
“Esse mercado é mais desafiador porque hoje se utilizam muitos splits convencionais para esta aplicação. A Mecalor criou um produto, o CPM mini de precisão, vislumbrando atender este nicho quase inexplorado”, salienta o executivo.
Após participar pela terceira vez da Febrava, a companhia espera elevar as vendas para este segmento em 10% neste ano ainda.
Atualmente, a indústria fabrica chillers compactos, industriais e hospitalares, drycoolers, câmaras climáticas e climatizadores de precisão, entre outros equipamentos.
Confira, a seguir, a entrevista do seu principal diretor concedida ao Blog do Frio:
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Em termos econômicos, como o mercado brasileiro de chillers de precisão tem se comportado nos últimos anos e a que fatores este comportamento pode ser atribuído?
O mercado de chillers em geral sofre uma grande retração, com a diminuição do número de obras e projetos. O pouco de mercado que restou ficou focado em chillers de menor valor agregado ou outras soluções mais baratas. Já do ponto de vista da Mecalor, crescemos em vendas deste tipo de chillers, pois ganhamos algum market share dos concorrentes.
Embora a economia brasileira tenha dado sinais de melhora nos últimos meses, a tendência de recuperação ainda não se consolidou. Como, então, tirar proveito deste cenário para os negócios?
A Mecalor não parou de investir em nenhum momento, mesmo na fase mais aguda da crise. Com isto, mantivemos o crescimento e ficamos mais fortes. Nossa estratégia foi aproveitar este momento para se fortalecer e quando a crise realmente passar estaremos a frente e mais preparados que o resto do mercado. Prova desta estratégia é que não demitimos nenhum funcionário e aumentamos os investimentos em marketing.
Quais desafios econômicos e tecnológicos o mercado de climatizadores de precisão enfrenta atualmente e ainda continuará enfrentando no curto prazo?
Entendo que o mercado de precisão tende a crescer, com o aumento da demanda em missão crítica. Temos poucos players mundiais atuando de maneira muito concentrada. O desafio técnico é reduzir cada vez mais o consumo de energia elétrica em ar-condicionado de precisão, já que fora do Brasil se fala muito em free-cooling e aqui este efeito é muito limitado. O ar condicionado pesa muito em termos de energia elétrica e por isto todo o empenho estará concentrado neste fator.
Quais são as principais tendências tecnológicas na área de climatizadores de precisão? Para onde o senhor vê este mercado rumando e o que mais o deixa animado em relação a esse futuro?
Hoje se fala muito em contêineres para data centers. Eu acho que o mercado não deve ir somente nesta direção. Creio que o mercado está dividido em duas partes, uma dos grandes data centers, que utilizam sistemas de maior capacidade, e outra dos pequenos data centers e sistemas de telefonia. Creio que o mercado mais desafiador é o dos pequenos, pois hoje se utiliza muitos splits convencionais para esta aplicação. A Mecalor criou um produto CPM mini de precisão vislumbrando atender este mercado quase inexplorado.
Como a última a Febrava deve impactar nos negócios da Mecalor nos próximos meses? Quais são suas expectativas em relação aos resultados do evento?
A Febrava é o evento mais importante do setor. A Mecalor participou pela terceira vez da mostra. O impacto que esperamos é puramente institucional, tornando nossa marca, que já tem 60 anos no mercado industrial, cada vez mais conhecida em seu nicho. Claro que os negócios vêm a partir disto também. Esperamos aumentar nossas vendas para este segmento em 10% este ano com a ajuda da Febrava.