Tudo começou em outubro último, quando um nome conhecidíssimo de todos nós, o Facebook, anunciou que passaria a se chamar Meta, em alusão a uma nova esfera da realidade virtual que já demonstra grande potencial de emplacar.
Sim, mister Mark Zuckerberg precisava desviar as atenções de problemas internos que ameaçam a reputação do seu hoje menos milionário negócio, é verdade. Mas por que resolveu justamente rebatizá-lo como Meta?
O mercado imobiliário tem fornecido o principal exemplo de como as coisas funcionarão nesse universo paralelo e quais motivos o tornam tão promissor para um visionário desse naipe.
Empresas e pessoas estão adquirindo terrenos, casas e escritórios para promover encontros que farão da lives de hoje companheiras do orelhão no museu da tecnologia.
Artistas e figurões de vários setores têm fomentado uma especulação crescente na área ao simplesmente marcar em mídia social aquilo que acharam interessante em suas buscas por um novo teto.
O certificado de propriedade são os chamadas NFTs (tokens não fungíveis), os mesmas que legitimam a posse de criptomoedas, elemento essencial nisso tudo, já que no metaverso não haverá entrada grátis.
Grandes redes varejistas e bancos também estão anunciando bombásticas aquisições do gênero, apressando assim o passo do fechamento de lojas e agências físicas, tendência que o atendimento remoto, turbinado pela pandemia, já vinha potencializando.
A coisa está assumindo tal proporção, que até o Leão do Imposto de Renda já quer saber o que as pessoas físicas e jurídicas possuem em matéria desses bens, digamos, imateriais, mas que certamente possuem valor monetário.
E o nosso setor com isso?
Bem, em busca de respostas fomos ouvir Leonardo Cozac, engenheiro civil e de segurança do trabalho, CEO da empresa Conforlab, cuja missão, desde 2004, é prover a boa qualidade do ar nos ambientes internos.
Muito requisitado para palestras e outros encontros sobre QAI, ele tem confessado a amigos e colegas seu interesse pelo tema metaverso, algo que rapidamente ficou evidente em nossa recente conversa.
Neste novo mundo, aliás, a entrevista teria ocorrido numa sala virtual, onde nossos avatares, vestidos com roupas também adquiridas no Metaverso, estariam frente a frente, embora cada um se mantivesse em seu próprio escritório ou residência, a vários quilômetros de distância no mundo real.
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Embora ele não identifique, a princípio, a necessidade de climatização num local assim, reconhece haver todo um entorno onde o uso de equipamentos da área será fundamental para garantir esse autêntico espetáculo tecnológico.
Datacenters, por exemplo, são clientes contumazes de sistemas do gênero para manter seus sensíveis servidores protegidos do calor excessivo, conhecido fator de falhas e redução da vida útil desses caros equipamentos.
Da mesma forma, nos lugares físicos onde as pessoas estiverem pilotando seus avatares em ação no Metaverso continuarão requerendo conforto térmico, além da garantia de não estar respirando agentes nocivos à saúde.
Nada impede, ainda, que o presumível aumento no consumo, via e-commerce, ajude o nosso segmento, com mais pessoas trabalhando, em ambientes convencionais, de cimento e tijolos, para coordenar as vendas e até mesmo um número maior de compras de ar-condicionado.
Mas é no campo da manutenção que Cozac enxerga desde já as melhores perspectivas. Ele próprio tem utilizado, com sucesso, a realidade virtual em benefício da maior eficácia.
Por meio de óculos especiais, alguém da equipe, ou o próprio cliente, compartilha instantaneamente com os olhos dele aquilo que ela está enxergando em campo, recurso bastante funcional nas inspeções em localidades mais distantes.
Ainda caros para os padrões do nosso mercado, itens assim tendem a baratear na esteira do metaverso, podendo abrir excelentes oportunidades para os técnicos e engenheiros do HVAC-R.
“O manual da máquina examinada pode aparecer num dos cantos do visor, eu posso ir conversando com a pessoa, dar print em algumas telas específicas”, exemplifica o especialista, ao explicar aplicações do recurso que só tendem a se ampliar nos novos tempos que estão chegando, e bem rápido, convenhamos.
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