As vendas de conectores sem solda Lokring para o mercado brasileiro de instalação de sistemas de ar condicionado com fluxo de refrigerante variável (VRF ou VRV, na sigla em inglês) cresceram – pasmem – 306% no ano passado.
Mesmo diante da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, a alemã Vulkan prevê expansão contínua nesse segmento em 2020.
“As máquinas VRF são ideais para repartições públicas ou privadas, data centers, academias de ginástica, hotéis, hospitais, clínicas médicas e residências de médio e grande porte”, lembra o diretor de vendas da multinacional no Brasil, Mauro Mendonça.
Esses sistemas de conforto térmico alternativos aos splits, splitões e chillers são “uma tendência mundial e, embora o Brasil esteja dois anos atrasado em relação aos EUA, à Europa e aos países asiáticos quanto à aplicação dos Lokring, essa é uma realidade sem volta”.
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Segundo players do segmento, as instalações de equipamentos VRF no Brasil totalizam cerca de 200 mil hp por ano, número que acirra a disputa entre fabricantes e atrai mais empreiteiros – nem sempre qualificados – para o ramo.
Além de extremamente eficientes, os sistemas do gênero são superflexíveis, pois as unidades externas podem ser conectadas a mais de 60 evaporadoras de diferentes modelos e com controle individual de temperatura – alguns modelos podem, inclusive, ter funções de aquecimento e resfriamento ao mesmo tempo, utilizando a mesma unidade externa.
“Os sistemas VRF dispensam redes de dutos e, por isso, são altamente recomendados para locais onde existem divisões (paredes internas). Assim, quanto mais divisões, melhor é o custo-benefício deles”, diz Mendonça, ao salientar que, “como há muito mais tubulação de cobre e necessidade de uniões, desde ¼ até 2 polegadas, os Lokring vêm ganhando muito espaço” nesse setor, no qual a Vulkan tem focado seus esforços comerciais.
De acordo com o executivo, esses conectores livre de chama para união de tubos metálicos apresentam inúmeras vantagens em relação às uniões convencionais de brasagem.
“Além do custo total menor, o uso das juntas Lokring reduz à metade o tempo de instalação e possibilita a realização de serviços mesmo em horário comercial, sem necessidade de autorização de bombeiros e equipamentos de proteção individual (EPIs) especiais, uma vez que não há fogo envolvido”, explica o engenheiro mecânico, ressaltando que a união de tubos pelo sistema Lokring “é muito simples”.
“Mas é aqui que mora o perigo”, alerta. “Se um aventureiro resolver entrar nesse ramo sem treinamento, ele fará besteira e, seguramente, não assumirá sua responsabilidade por eventuais problemas, colocando a culpa ou nos Lokring, ou na tubulação ou no fabricante do ar-condicionado”, acrescenta.
“Por essa razão”, prossegue, “qualificação é muito importante, tanto que essas juntas não são vendidas diretamente nas revendas, mas apenas para clientes devidamente treinados”.
Ao aplicar o produto, os técnicos de campo devem “verificar se a junta entrou até o fim do tubo e conferir se o selante Lokprep foi realmente colado, além de usar o inserto de estabilização quando recomendado, trabalhando sempre com capricho e organização, sem fazer gambiarras”, detalha.
“Somos muito preocupados com tudo isso”, afirma Mendonça, lembrando que o uso de fluidos refrigerantes inflamáveis no lugar do hidrofluorcarbono (HFC) R-410A no mercado de climatização deve consolidar a aplicação das juntas Lokring no segmento de VRF nos próximos anos.
Nesse novo cenário, “a solda deverá perder muito espaço para conexões sem fogo. Afinal de contas, quando falamos de um refrigerador, estamos falando de um produto com 40 gramas de carga de gás inflamável. Mas quando falamos de um ar-condicionado central, estamos falando de uma carga de quilos de gás inflamável, caso em que há risco de ocorrer acidentes mais graves”, arremata.
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