O Ministério das Relações Exteriores extinguiu as áreas de clima e energia renovável de sua estrutura organizacional. O decreto dessa reforma administrativa foi publicado ontem (10) no Diário Oficial da União.
Enfim, o Itamaraty do governo Bolsonaro deixa de ter a Subsecretaria de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia e suas divisões de Clima, de Recursos Energéticos Novos e Renováveis e de Desenvolvimento Sustentável.
As atribuições da subsecretaria extinta foram pulverizadas entre outras estruturas, com toda a área ambiental passando a integrar um departamento da nova Secretaria de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania.
“Trata-se de medida antipatriótica, que atenta diretamente contra o interesse nacional ao desidratar uma agenda prioritária de desenvolvimento, subordinando-a ao viés ideológico do chanceler Ernesto Araújo”, classificou a coordenação nacional do Observatório do Clima.
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Em seus escritos, o diplomata brasileiro tem afirmado que a mudança do clima é parte de um “complô da esquerda”, a despeito dos estudos científicos que comprovam o fenômeno.
Em nota, a coalizão de organizações não governamentais (ONGs) que lutam contra o aquecimento global salientou que “a extinção da divisão de clima permite antever que o tema perderá peso no Itamaraty”.
“Com isso, o Brasil abdica um papel de destaque e que vem ocupando desde 1992 nas negociações multilaterais de desenvolvimento sustentável – um dos poucos aspectos da cena internacional em que o País é líder nato”, avalia.
Em nota, a chancelaria brasileira disse que “as modificações adequam o funcionamento do Itamaraty às novas prioridades da diplomacia e do serviço consular”.
A pasta comandada por Araújo também informou que, “conforme determinado pelo Presidente da República, aproximaremos ainda mais o Itamaraty e a política externa dos cidadãos e empreendedores brasileiros”.