O Sexto Relatório de Avaliação (AR6, na sigla em inglês) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) incluiu, pela primeira vez, dados oficiais acerca do potencial de aquecimento global (GWP) de hidrocarbonetos (HCs) utilizados em sistemas de refrigeração e ar condicionado.
Publicado na semana passada, o documento afirma que o propano (R-290) tem um GWP em 100 anos de 0,02, enquanto o butano (R-600) possui um GWP100 de 0,006, valores bem menores que o do dióxido de carbono (CO₂), cujo GWP100 é de apenas 1.
Anteriomente, supunha-se que o GWP do R-290 era equivalente ao de três moléculas de CO₂, porque a fórmula química do propano é C₃H₈, o que significa que a substância possui três átomos de carbono.
Presumia-se que, quando o R-290 se degradava na atmosfera, os átomos de carbono se combinariam com o oxigênio (O₂), produzindo três moléculas de CO₂, e essa suposição equivocada se proliferou em estudos anteriores, segundo especialistas.
A adição de HCs à lista que apresenta o GWP dos gases de efeito estufa (GEE) oriundos das atividades humanas, entretanto, não é a única mudança trazida pelo AR6.
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O R-32, um hidrofluorcarbono (HFC) levemente inflamável (A2L) comumente utilizado no lugar do HFC R-410A em sistemas de ar condicionado, também teve seu GWP100 atualizado pelos cientistas que integram o órgão das Nações Unidas.
Tradicionalmente, seu GWP era dado como sendo em torno de 675. Isso o colocava abaixo do limite de 750, valor máximo permitido para uso em novos splits a serem comercializados na União Europeia (UE) a partir de 1º de janeiro de 2025.
No entanto, os números atualizados do novo relatório do IPCC revelam que o GWP100 do R-32 é de 771, o que significa que, provavelmente, esse fluido refrigerante não será mais utilizado em novos equipamentos no mercado europeu daqui a quatro anos.
O relatório completo do IPCC está disponível aqui.
Fonte: Hidrocarbons 21
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