Imagine um segmento que não parou nem mesmo com a covid-19, pelo contrário, pegou carona não só no aumento do consumo de congelados no Brasil durante a pandemia, como também na vacinação em massa que, felizmente, deu um chega pra lá no coronavírus.
Exatamente o que você imaginou, a velha e boa cadeia do frio esteve e continua por trás disso tudo. Porém, atualmente revigorada por uma visão mais ampla, decorrente da própria evolução das operações logísticas com temperatura controlada.
Como o próprio nome diz, a intralogística frigorificada dá um mergulho no interior de cada detalhe relacionado a armazenamento, movimentação e distribuição de produtos perecíveis, universo que abrange alimentos, medicamentos e produtos químicos, entre outros.
No Brasil, fazem parte desse sistema desde câmaras e antecâmaras frigorificadas, freezers, ultrafreezers, refrigeradores, veículos refrigerados até embalagens térmicas, o que demonstra a importância de equipes multifuncionais atuando em prol de um bom resultado final.
Conhecido fator de segurança no setor de alimentos – onde pode encolher os preocupantes números do desperdício em nosso país e no mundo – e demais segmentos altamente sensíveis para a saúde humana, a gestão nesse campo vive hoje um momento de franca evolução.
Segundo o estudioso e consultor da área Ozoni Argenton, as etapas de recebimento, armazenagem, movimentação, expedição (transporte e transferência) e distribuição física, culminando com a chegada dos produtos às mãos do consumidor, têm encontrando um novo norte, com o emprego da intralogística, mesmo ainda sendo este um conceito embrionário entre nós.
“Processos internos da cadeia logística, que abrangem a gestão de armazenagem, recepção e expedição de produtos, controle e gestão de estoques, serviços agregados e excelência operacional na produtividade das equipes são aplicados tanto em atividades da cadeia logística seca, como também na frigorificada”, explica o especialista.
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Trata-se, segundo ele, de um trabalho realizado por equipes de várias especialidades, nas quais os técnicos em refrigeração representam um importante papel, atuando na manutenção de toda a infraestrutura frigorificada de armazéns, câmaras frias, depósitos, casa de máquinas etc.
“Embora não sejam ligados às operações logísticas propriamente ditas, os refrigeristas representam um suporte crítico de sucesso para a manutenção das condições ideais de uma logística frigorificada eficiente”, acrescenta Ozoni.
Por isso mesmo, ele defende providências do setor, incluindo investimentos crescentes em treinamento e capacitação de mão de obra e difusão de programas e planos de manutenção preventiva, assim como a elaboração de regras e procedimentos para controle de qualidade.
Dessa forma, pontos fortes apresentados atualmente pelas empresas, dentre os quais inovação tecnológica em equipamentos e softwares de controle e gestão de temperaturas, além de controles eficazes para promover maior eficiência energética e menores custos de manutenção, poderá ter seu realce aumentado.
Afinal, segundo o consultor, essa indústria tem previsão de crescer 7% este ano, possuindo hoje cerca de 16,5 milhões de m³ de capacidade instalada e mais de 265 unidades frigorificadas relacionadas à cadeia do frio.
Otimizado pela intralogística frigorificada, o desempenho desse parque justifica em boa parte o grande interesse demonstrado hoje em dia por multinacionais e fundos de investimento em apostar nesse importante nicho da economia brasileira.
Portanto, o negócio é o profissional de refrigeração também ficar de olho para não deixar as boas oportunidades que já existem, e tendem a continuar se ampliando cada vez mais neste campo.