Após intervenção do governo chinês, os preços das commodities metálicas começaram a perder força no mercado internacional. Para especialistas, porém, é muito cedo para as autoridades de Pequim declararem vitória contra a forte alta registrada do ano passado para cá.
Desde abril, a China vem reduzindo as importações de metais como o cobre. No fim de maio, o país asiático anunciou que implementaria uma política de “tolerância zero” contra qualquer tipo de movimento especulativo ou de retenção de estoques que contribuísse para a escalada de preços.
Agora, o principal órgão de planejamento econômico do governo chinês decidiu liberar as reservas estatais de cobre, alumínio e zinco para conter os altos preços das matérias-primas, segundo informações publicadas pelo site espanhol Climatización y Confort.
Esta decisão, que já tem precedentes em 2005 e 2010 (quando foi realizado o mesmo procedimento para estabilizar os preços), será concretizada pela Agência Nacional de Reservas Estratégicas, que vai fornecer cobre, alumínio e zinco a empresas de fabricação e processamento por meio de licitações públicas.
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O governo chinês, porém, não deu detalhes sobre quando essa medida será lançada. O The Wall Street Journal informa, contudo, que a China já estaria começando a vender grandes quantidades de metais industriais que faziam parte de suas reservas estatais, em um esforço para aliviar o forte aumento dos preços nas fábricas, cenário que alimenta temores de inflação global.
De acordo com o jornal El Mundo, na semana passada, o preço do cobre chegou a subir 102% em relação às cotações mais baixas de 2020. O alumínio subiu 56%; o petróleo, 106%; e o aço corrugado, 78%.
Frete mais caro
A China também está no centro das anteções quando se trata dos altos custos de frete, que permanecem inalterados.
O congestionamento em alguns de seus portos, devido a surtos de covid-19 detectados há poucas semanas, tem causado acúmulos de embarques que podem levar meses para serem concluídos.
A situração gera impacto direto nos preços dos fretes, que se multiplicaram por mais de quatro desde o início da pandemia e continuam subindo, como mostra o Shanghai Cargo Container Index (SCFI), índice de preços que é considerado referência no setor.