Nos últimos dois anos, o cobre e o alumínio, dois metais não ferrosos de vital importância para a indústria de refrigeração e ar condicionado, atingiram cotações nunca antes vistas.
No final de janeiro, o preço médio do cobre havia experimentado um aumento de 101,4% desde o final de março de 2020, enquanto o do alumínio ficou cerca de 104% mais caro no mesmo período, segundo a Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês).
De maneira geral, a oferta escassa de commodities, somada a custos de energia mais elevados, aumento da demanda e frete marítimo mais caro, vem provocando inflação na cadeia de abastecimento de matérias-primas essenciais para a indústria em geral.
Tal situação é um dos fatores que deverão contribuir para desacelerar o crescimento do mercado de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R) neste ano, na avaliação de empresários do setor.
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Depois de um tombo de 4% em 2020, o HVAC-R brasileiro, mesmo enfrentando dificuldade de acesso a insumos, registrou expansão de 9,8% em seu faturamento em 2021, totalizando R$ 36,35 bilhões, ante R$ 32,88 bilhões no ano anterior.
A crise econômica causada pela pandemia de covid-19 “foi desigual, pois afetou mais as famílias de baixa renda. No entanto, famílias de média e alta renda elevaram gastos, o que favoreceu, especialmente, o mercado de refrigeração e ar condicionado em 2021”, diz o diretor do departamento de economia da Abrava, Guilherme Moreira.
Em meio à emergência sanitária, o forte crescimento das exportações de proteína animal impulsionou os segmentos de refrigeração comercial e industrial, enquanto a retomada das atividades econômicas continua favorecendo o nicho de ar condicionado de grande porte.
O faturamento da indústria do frio neste ano e em 2023, porém, atingirá percentuais de expansão menores do que em 2021 – de 5,5% e 5%, respectivamente, segundo projeções da entidade representativa do setor.