Várias dezenas de membros do Instituto de Ar Condicionado, Aquecimento e Refrigeração dos EUA (AHRI, na sigla em inglês) estão pressionando o governo federal a adotar nova política para restabelecer as ações de redução gradual dos hidrofluorcarbonos (HFCs) em nível nacional.
Um total de 32 companhias de alto nível associadas ao AHRI firmou parceria com a Aliança pela Política Atmosférica Responsável para escrever conjuntamente uma carta aberta sobre essa demanda aos chefes do comitê de energia e comércio da Câmara dos Deputados e do comitê de meio ambiente e obras públicas do Senado.
Lançado em 2015, o plano de eliminação desses fluidos refrigerantes de alto impacto climático criado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) foi suspenso por um tribunal de segunda instância em 2017, decisão confirmada posteriormente pela Suprema Corte.
“A decisão do tribunal regional foi baseada na premissa essencial de que o Congresso não havia fornecido autoridade à EPA para regular os HFCs. Com uma legislação específica, a EPA receberia essa autoridade para retomar seu programa nacional de redução de HFCs”, disse o vice-presidente de assuntos públicos do AHRI, Francis Dietz.
Ele lembrou que um dos principais fatores que tornam necessária a introdução de uma legislação federal é a atual quantidade elevada de distintas leis estaduais e municipais tratando do assunto.
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Caso uma lei de âmbito nacional seja aprovada, “resta ver se os estados e as cidades simplesmente adotariam uma abordagem federal em seus próprios regulamentos, mas esperamos que eles o adotem”, ponderou.
A carta aberta enviada aos legisladores argumenta que os fabricantes nos EUA já estão se preparando para essa transição tecnológica há mais de uma década, o que demandou bilhões de dólares em investimentos em produtos e equipamentos alternativos aos HFCs.
O documento ressalta que “as empresas americanas lideram mundialmente o desenvolvimento da tecnologia de fluorcarbonos há décadas, mas essa liderança – e as vantagens que ela confere à economia dos EUA – é prejudicada pela falta de uma política federal para os HFCs”.
“Após a inação dos EUA, os concorrentes estrangeiros estão prontos para preencher o vazio tecnológico e deslocar as empresas americanas no mercado global de fluorcarbonos, que deverá atingir US$ 1 trilhão em tamanho”, afirma.
Os fabricantes também observam que o esforço para acabar com o uso de HFCs está em conformidade com os requisitos do Protocolo de Montreal, tratado internacional que os EUA ajudaram estabelecer sob a presidência de Ronald Reagan.
“Um estudo econômico recente da indústria mostrou que um novo cronograma federal para a redução gradual de HFCs criaria 33 mil novos empregos industriais, acrescentaria US$ 12,5 bilhões por ano à economia e aumentaria as exportações nesse setor em 25%. Não fazer isso vai custar às empresas e empregos dos EUA”, salientam.
“Em nome dos 1,3 milhão de americanos atualmente empregados no setor de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R), solicitamos apoio à proposta de uma legislação federal para eliminar gradualmente os HFCs”, enfatizam as empresas na carta assinada por executivos seniores da Carrier, Trane, Chemours e Johnson Controls, entre outros fabricantes de porte global.