Assim como outros setores da economia, a indústria de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R, na sigla em inglês) foi fortemente abalada pela mais grave crise sanitária da história contemporânea.
De maneira geral, fabricantes, distribuidores e prestadores de serviços técnicos estão sofrendo muito por causa das paralisações das atividades consideradas não essenciais.
Ao mesmo tempo, porém, a pandemia da covid-19 tem reforçado a importância dos profissionais do ramo para a preservação da saúde e qualidade de vida da população.
“Engenheiros e técnicos devidamente qualificados são, em todos os sentidos da palavra, imprescindíveis para a sociedade”, ressalta o gerente de marketing e desenvolvimento de negócios da Chemours na América Latina, Arthur Ngai.
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“Ventilação e filtragem de ar adequadas asseguram a boa qualidade do ar interno (QAI) nas edificações de uso público e privado, o que é crucial no combate ao surto da doença respiratória potencialmente fatal causada pelo novo agente do coronavírus (Sars-CoV-2)”, argumenta.
“Por outro lado, essa indústria desempenha um papel fundamental na cadeia de distribuição de produtos alimentícios e farmacêuticos refrigerados”, acrescenta.
“Mais do que nunca”, prossegue o engenheiro químico, “é vital que os sistemas de climatização e refrigeração instalados em nossas casas, hospitais, laboratórios, bancos de sangue, data centers e plantas de produção e distribuição de alimentos, vacinas e medicamentos sejam mantidos e operados de forma correta”.
“Nestes tempos difíceis, os refrigeristas de todo o mundo têm trabalhado arduamente para manter chillers, túneis de congelamento, câmaras frigoríficas, refrigeradores e demais equipamentos do gênero operando plenamente em fábricas, instalações hospitalares, supermercados e outros empreendimentos classificados como essenciais”, afirma.
“Afinal de contas, quando um equipamento de refrigeração ou climatização falha, os técnicos de serviços precisam consertá-lo ou substituí-lo o mais rápido possível, principalmente agora”, exemplifica.
Abastecimento garantido
Desde o início da pandemia, a subsidiária brasileira da Chemours adotou todos os protocolos de segurança sanitária recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para desacelerar a velocidade de propagação da covid-19 e, ao mesmo tempo, garantir o abastecimento ininterrupto de fluidos refrigerantes ao mercado brasileiro durante a emergência global.
Entre as medidas preventivas colocadas em prática pela empresa está o regime de trabalho em home office para os funcionários cujas atividades permitem tal prática. Na área operacional e logística foram implementadas medidas de controle de acesso e distanciamento nas operações.
“Continuamos on-line e disponíveis para atender prontamente nossos clientes e nossa rede de distribuidores, que, por sua vez, vem aperfeiçoando seus canais de vendas por telefone e internet, além de suas estruturas de delivery, para manter o mercado totalmente abastecido”, revela Ngai.
A exemplo de outras empresas do setor de refrigeração e ar condicionado, a indústria química americana tem divulgado comunicados internos com orientações sobre prevenção à doença infecciosa e reforçado a distribuição de álcool em gel em suas dependências.
A multinacional também está priorizando contatos e negociações com clientes e fornecedores por meio de reuniões virtuais, a fim de proteger seus colaboradores, familiares e parceiros comerciais.
“A saúde de todos é mais importante do que qualquer ganho financeiro de curto prazo para nós. Sabemos da nossa responsabilidade. Por isso, estamos trabalhando com muita dedicação para mitigar os efeitos transitórios dessa crise que o mundo está enfrentando, e este é um momento determinante em relação aos cuidados para combater a transmissão da covid-19”, diz.
Trabalho seguro em campo
Com o objetivo de reduzir a exposição de seus colaboradores a situações de risco em relação ao coronavírus, a Trane é uma das companhias do segmento de climatização que tomou, recentemente, medidas de segurança para proteger suas equipes de técnicos e instaladores.
Em linha com esse compromisso, foram adotadas práticas de trabalho seguro em campo, que seguem as recomendações das autoridades de saúde, incluindo procedimentos mais rigorosos de limpeza e distanciamento, autoavaliação e contato virtual com o cliente.
“Estamos atendendo apenas os serviços essenciais, como postos de saúde, hospitais e ambientes controlados que necessitam de ar condicionado”, revela o diretor de serviços da empresa, Matheus Lemes.
Em atendimentos com dois ou mais técnicos, o uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) – incluindo máscara, macacão com fechamento facial, óculos de proteção e luvas – é exigido em todos os momentos. O técnico Waldyr Neto afirma que os cuidados começam antes mesmo do trabalho.
“Agora, nos avaliamos em casa para saber se temos algum sintoma. O cuidado maior é com a saúde do próximo. Temos de responder a um pequeno questionário e, caso apresentemos algum sintoma suspeito, reportamos para a empresa”, informa.
“Como o nosso atendimento no momento é focado para os serviços vitais, os protocolos e recomendações de higiene têm de ser seguidos à risca. Enviamos para toda a equipe técnica um roteiro de procedimentos a serem realizados diariamente”, explica a coordenadora de saúde, segurança e bem-estar da Trane, Vivian Menegoli.
As principais rotinas a serem observadas pelos técnicos são:
• Evitar ao máximo compartilhar ferramentas de trabalho com os colegas. Caso seja necessário, no mínimo, utilizar luvas butílicas ou de látex para manuseio.
• Limpar as ferramentas antes do início do trabalho e no final do dia. Se o trabalho for em localidades diferentes, limpar ao início de nova atividade em cada local.
• Todos os eletrônicos pessoais dos técnicos e partes dos veículos que recebem contato, como volante, câmbio e maçaneta, devem ser higienizados frequentemente com álcool 70%.
• O colaborador deverá retirar os EPIs após o término das atividades e deverá higienizá-los e ou descartá-los.
• A lavagem de uniforme deve ser feita diariamente, em separado das demais roupas. O colaborador deve retirar a roupa assim que entrar em sua residência.
• Manter distanciamento de no mínimo dois metros de exaustores/saídas de ar.
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