
Com PAG (Potencial de Aquecimento Global) bem acima dos 2.500 máximos permitidos na Europa a partir deste ano, aumenta a cada dia o número de fraudes para empurrar ao mercado local estoques remanescentes de R-404A e R-507, fluidos refrigerantes recém-banidos por lá.
Além de adulteração em embalagens, tem sido frequente nos países da região fluidos virgens ou contaminados vendidos como reciclados, sem atender minimamente aos requisitos de processamento esperados de um produto confiável.
Ao ignorar a orientação de fabricantes e entidades do setor, no sentido de rejeitar substâncias que pareçam suspeitas, corre-se ainda o risco de realimentar esses crimes, que impactam as empresas sob a forma de falhas nos sistemas de refrigeração, perda de eficiência energética e as sempre temidas quebras do compressor.
Cadeia comprometida
A cadeia de fornecimento de fluidos refrigerantes de nova geração tem como ponto de partida renomados nomes globais do setor químico.
Contudo, se quebrada – intencionalmente ou não – essa cadeia de fornecimento provoca um danoso efeito dominó.
Quem já sofreu prejuízos diversos ao levar gato por lebre nessa área tem recorrido, com frequência cada vez maior, às mídias sociais e imprensa.
Segundo o Cooling Post, por exemplo, em recente desabafo no LinkedIn, Alex Borri, COO da fornecedora italiana General Gas, afirmou que o mercado está sendo “inundado” com R-404A e R-507 ilegais, “disfarçados” de R-448A, R-449A e R-452A.
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Após testes de cromatografia gasosa, a empresa de Borri encontrou “mais um caso de cilindro ilegal, rotulado como R-449A, mas cujo conteúdo, na verdade, era R-507A adulterado com cerca de 6% de R-410A”, explicou.
“Ninguém fiscaliza, ninguém verifica, ninguém é punido”, lamentou o empresário, para quem , sem a aplicação rigorosa da lei, a regulamentação de F-gases corre o risco de tornar-se uma “farsa trágica”.
Além dos impactos ambientais, vale lembrar que o descumprimento das regulamentações pode resultar em multas elevadas, responsabilização legal por danos em equipamentos e instalações, apreensão dos gases “falsificados” e cobrança para sua destruição.
A orientação é sempre verificar a documentação do produto, garantindo que tenha certificação do distribuidor e fabricante autorizado e esteja devidamente rotulado conforme a legislação vigente. E claro, abrir bem os olhos diante de preços excepcionalmente bons.