A Sicflux, fabricante de exaustores, tubos e acessórios para renovação de ar, informou na tarde de hoje (29) que suspenderá, por tempo indeterminado, sua produção em Araquari, município do norte de Santa Catarina.
A medida, que será adotada a partir de quinta-feira (31), é consequência da greve dos caminhoneiros, deflagrada em 20 de maio. Embora o governo federal tenha cedido às exigências da categoria, o movimento continua em diversos estados.
“Aguardamos durante nove dias uma solução por parte dos nossos governantes, o que até o momento não ocorreu”, ressaltou a indústria catarinense, num comunicado publicado em sua rede social.
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“Seguimos até o momento com nossas atividades normais de fabricação dos produtos, porém sem possibilidade de despachá-los. Nossa expedição já não tem mais espaço”, explicou.
Segundo a empresa, seus colaboradores também estão enfrentando dificuldades para ir ao trabalho.
“Tão logo nosso país retorne seus compromissos e os caminhoneiros voltem às suas atividades, nós iremos retomar nossos compromissos no dia seguinte, com a certeza de abreviarmos ao máximo todo esse tempo perdido”, assegurou.
Perdas milionárias
Outra indústria do setor de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração (HVAC-R), a Whirlpool concedeu ontem (28) férias coletivas de cinco dias aos funcionários das plantas de Joinville (SC) e Rio Claro (SP), devido à falta de insumos para a produção.
A empresa – dona das marcas Consul e Brastemp – também alega não ter como escoar seus produtos, situação que já afeta pelo menos mais oito fabricantes de eletrodomésticos.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), com a paralisação dos caminhoneiros, o setor deixou de faturar, até o momento, US$ 170 milhões com exportações.
“Estamos com 120 frigoríficos parados [entre cerca de 290 frigoríficos que abatem no País]. A parte de insumos está totalmente prejudicada. Não há mais como não aumentar preço em relação ao estrago feito”, disse o presidente da entidade, Antonio Jorge Camardelli.
Além disso, milhares de caminhões com perecíveis, incluindo carne com osso, estão parados nas rodovias do Brasil, a maioria com mais de sete dias na estrada.
Esses alimentos, de acordo com a Abiec, devem começar a perder a validade a partir de amanhã (30).