A Google passou o controle do ar-condicionado de seu data center para um sistema de inteligência artificial (IA).
Em vez de recomendações implementadas por humanos, o sistema de IA do Google está controlando diretamente o resfriamento da instalação, sob a supervisão de seus operadores.
O sistema fica hospedado em nuvem e é o primeiro a oferecer economia de energia com segurança em vários data centers do Google.
O sistema de IA foi desenvolvido em conjunto com a DeepMind Technologies, empresa britânica de inteligência artificial adquirida pela Google em 2014.
A cada cinco minutos, a IA extrai um diagnóstico do ar-condicionado do data center a partir de milhares de sensores e alimenta as complexas redes da empresa, que preveem como diferentes combinações de ações potenciais afetarão o
consumo futuro de energia.
Segundo a empresa, a IA identifica quais ações minimizarão o gasto de energia enquanto satisfazem um conjunto robusto de restrições de segurança. Essas
ações são enviadas de volta ao data center, onde elas são verificadas pelo sistema de controle local e, então, implementadas.
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A Google diz que seus operadores de data center estão sempre no comando e podem optar por interromper o funcionamento da AI a qualquer momento.
Segundo a Google, a ideia surgiu do feedback dos operadores que usavam o sistema de recomendações.
Esses profissionais relataram que, embora o sistema tivesse recomendado a eles algumas práticas novas – como espalhar a carga de resfriamento por mais equipamentos, em vez de menos –, colocar as recomendações em prática exigia muito esforço e supervisão do operador.
Como resultado, eles queriam saber se poderiam obter economias de energia similares sem a implementação manual.
A Google opera, atualmente, 15 data centers – nove nos Estados Unidos, dois na Ásia e quatro na Europa. Eles contêm milhares de servidores que rodam serviços populares, incluindo seu famoso buscador, o Gmail e o YouTube. Todos os data centers são alimentados por energia renovável.
Apesar de estar em funcionamento há poucos meses, o sistema já oferece uma economia de energia consistente de cerca de 30% em média.
“Foi incrível ver a IA aprender a aproveitar as condições de inverno e produzir água mais fria que a normal, o que reduz quantidade de energia necessária para o resfriamento no data center”, comentou Dan Fuenffinger, um dos operadores de data centers do Google que trabalhou próximo ao sistema.
“As regras não melhoram com o tempo, mas a IA sim”, acrescentou.