O Google homenageia hoje (19/3) o químico mexicano Mario Molina, que completaria 80 anos. Falecido em 7 de outubro de 2020, Molina foi um dos cientistas pioneiros na descoberta da ação destrutiva dos clorofluorcarbonos (CFCs) na camada de ozônio terrestre.
O Doodle apresenta uma ilustração do cientista olhando para o planeta Terra e sua ozonosfera, evidenciando a importante contribuição de seu trabalho para a ciência e a preservação do meio ambiente.
Mario Molina nasceu em 19 de março de 1943 na Cidade do México. Ao longo de sua carreira, ele se tornou um dos químicos mais importantes e influentes do mundo. Molina estudou engenharia química na Universidade Nacional Autônoma do México e, posteriormente, obteve seu doutorado em físico-química na Universidade da Califórnia, em Berkeley, EUA.
Em meados da década de 1970, Molina, juntamente com seu colega americano Frank Rowland, descobriu que os CFCs, então comumente usados como fluidos refrigerantes, propelentes de aerossol e solventes, eram capazes de destruir a camada de gás responsável por proteger a Terra contra os raios ultravioletas nocivos do Sol. A dupla publicou suas descobertas na revista Nature em 1974, alertando o mundo para os perigos dos CFCs.
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A pesquisa de Molina e Rowland também revelou a existência de um buraco na camada de ozônio sobre a Antártida, que foi confirmado por medições realizadas por cientistas britânicos na década de 1980. A descoberta chocante chamou a atenção internacional e levou à adoção, em 1987, do Protocolo de Montreal, tratado global que visa reduzir e eliminar a produção e consumo de substâncias nocivas à camada de ozônio.
Em 1995, Mario Molina e Frank Rowland, juntamente com o holandês Paul Crutzen, receberam o Prêmio Nobel de Química por sua pesquisa pioneira na área de química atmosférica e a identificação das ameaças à camada de ozônio.
A homenagem do Google a Mario Molina é um lembrete do impacto duradouro e significativo de seu trabalho na ciência e na preservação do meio ambiente. Graças a cientistas como Molina, o mundo entendeu a importância de proteger a camada de ozônio e tomou medidas para reduzir o uso de refrigerantes clorados e outras substâncias nocivas, o que tem contribuído diretamente para sua regeneração.
Os impactos dos CFCs
Os CFCs foram introduzidos na década de 1930 como uma alternativa segura e eficaz aos refrigerantes tóxicos e inflamáveis da época. Eles também foram usados como propelentes de spray, agentes de limpeza e expansores espumas para fabricação de isolantes.
No entanto, apesar de suas vantagens técnicas, os CFCs provaram ser uma ameaça significativa à camada de ozônio.
A degradação da camada de ozônio pelos CFCs ocorre quando esses compostos são liberados na atmosfera.
Uma vez na estratosfera, os CFCs são decompostos pela luz solar, liberando átomos de cloro. Esses átomos reagem com as moléculas de ozônio (O3), reduzindo a espessura da camada de ozônio.
Uma única molécula de CFC pode destruir milhares de moléculas de ozônio antes de ser removida da atmosfera.
O impacto da degradação da camada de ozônio é preocupante e tem implicações de amplo alcance.
A diminuição da camada de ozônio permite que uma maior quantidade de radiação UV-B atinja a superfície da Terra.
A exposição excessiva a ela tem sido associada a diversos problemas de saúde, incluindo câncer de pele, catarata e supressão do sistema imunológico.
Além disso, os raios UV-B também podem causar danos aos ecossistemas aquáticos e terrestres, afetando a vida selvagem e a produção agrícola.